Ex-namorado de professora morta na Vila Canária é preso; ele é suspeito do crime

Hulk é apontado como pai da filha caçula de Priscila

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  • Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2019 às 19:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O ex-namorado da professora Priscila Rebeca de Oliveira Souza, de 37 anos, morta com um tiro na cabeça, na noite desta terça-feira (5), quando estava dentro de casa, na Vila Canária, foi preso nesta sexta-feira (8). Ele é suspeito de ser o mandante do crime. 

Hugo Leonardo Gonçalves da Silva, 31, conhecido como Hulk, se apresentou nesta tarde ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na companhia de advogados, onde prestou depoimento e ficará à disposição da Justiça. Ele também é apontado como pai da filha caçula de Priscila, de apenas dois meses.

Na quinta-feira (7), um dia após o crime, os dois teriam uma audiência no Centro Judiciários de Solução Consensual de Conflitos (Cejuscs), no bairro de Nazaré, para o reconhecimento da paternidade da criança. O suspeito não compareceu, enquanto a professora foi representada por um advogado.

Hulk estava com mandado de prisão temporária em aberto, cumprido pela delegada Ana Cristina Carvalho, titular da 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central), que investiga o crime.

O caso é investigado pelo DHPP, que ainda não tem informações sobre autoria e motivação do crime. Familiares e amigos da vítima também já foram ouvidos.

Lembre o caso Priscila era professora da escola Flora Encantada, perto da casa onde morava, e estava no 5º semestre do curso de Pedagogia. Na quarta-feira (6), ela realizaria o sonho de inaugurar a creche Pa Pri Pam, que funcionaria em um dos andares da residência que dividia com familiares, na Vila São José, na Vila Canária.

Ela era a irmã do meio entre três irmãos. O mais velho, Pablo Souza, 41, conversou com a reportagem do CORREIO e disse que toda a família mora em um mesmo prédio de dois andares. Ele mora no andar superior. No de baixo, Priscila morava com a irmã mais nova, Pâmela Souza, a mãe, de 61 anos, e as duas filhas: uma de 10 anos e outra de apenas 2 meses. Neste mesmo andar funcionaria a creche, que seria inaugurada hoje. Todos estavam em casa quando o crime aconteceu.

Segundo Pablo, era por volta de 21h30 quando um homem bateu na porta da casa de baixo à procura de Priscila e alegou querer informações sobre as matrículas na creche. Pâmela abriu a porta e chamou a irmã, que prontamente foi à porta para esclarecer as dúvidas. Após passar as informações solicitadas, a professora virou de costas para o homem e retornaria para a sua casa, quando levou um tiro na cabeça. Em seguida, o criminoso fugiu. “Estava todo o mundo em casa. A filha [mais velha] dela e minha mãe estavam deitadas na cama junto com ela. Ela estava olhando a bebê. As duas filhas estavam com ela. Do lado dela, do lado mesmo. Minha irmã só fez levantar e aí aconteceu”, contou o irmão, abalado.Foi Pablo quem socorreu Priscila após o tiro. Imediatamente, ele pegou o carro e correu até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Marcos. De lá, a professora foi transferida para o Hospital do Subúrbio, onde morreu.

Segundo o irmão da professora, o homem que matou Priscila era negro, de altura mediana, rosto arredondado e vestia uma camisa verde musgo. 

Logo após o crime, familiares e amigos apontaram o ex-namorado dela, Hulk, como principal suspeito de ser o mandante do assassinato. Os dois estavam separados desde o sexto mês de gestação de Priscila e, segundo dizem parentes, ele não queria assumir a criança, já que tinha um relacionamento com outra mulher.

Amigos da vítima também afirmam que o relacionamento de ambos era conturbado e que existiram episódios de violência, mas Priscila preferiu não denunciar.

Com a morte da mãe, a filha mais velha de Priscila, de 10 anos, se mudou para a casa de parentes. Pablo afirmou que a criança "está transtornada e muito triste" e que a família "está tentando administrar a situação através do diálogo" com a menina. 

Priscila foi sepultada no cemitério Vale da Saudade, em Candeias.