Ex-presidiários e mulher são encontrados mortos em apartamento de Sussuarana

Vizinhos estranharam briga seguida de som alto pela manhã e chamaram a polícia

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  • Bruno Wendel

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 18:00

- Atualizado há um ano

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Uma denúncia anônima de que algo de estranho havia acontecido em um apartamento no bairro de Sussuarana, em Salvador, levou a polícia ao encontro de três corpos no início da tarde dessa segunda-feira (3). No imóvel, foram encontrados ensanguentados e sem vida dois ex-presidiários e uma mulher.

Tudo começou quando moradores do Condomínio Life 1, que fica na Avenida Ulysses Guimarães, ouviram um barulho de briga em um dos apartamentos. Eles estranharam porque, logo depois, não era mais possível ouvir as vozes das pessoas envolvidas, mas o aparelho de som permaneceu ligado o tempo inteiro. Condomínio onde os três corpos foram encontrados (Foto: Reprodução/Google Street View) Ao chegar no apartamento, os policiais acionados arrombaram a porta do imóvel, que estava trancado, e encontraram os corpos de José Carlos de Lima Júnior, 30 anos, Ítalo Gonçalves Coelho, 22, e de uma mulher que ainda não foi identificada.

Ítalo e a mulher estavam sujos de sangue e com ferimentos causados por arma branca. Já no corpo de José Carlos não foram encontradas marcas de violência - a morte será esclarecida após exame toxicológico e necropsia. Até a manhã desta terça-feira (4), todos os corpos continuavam no Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Segundo a Polícia Civil, a Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM) segue com as investigações das mortes ocorridas no conjunto habitacional. Como os celulares das vítimas não foram encontrados na cena do crime, os investigadores acreditam que uma quarta pessoa esteve no apartamento.  Ítalo uma das vítimas encontradas mortas dentro do apartamento em Sussuarana (Foto: Divulgação) Ainda de acordo com a investigação, os dois homens encontrados mortos eram ex-presidiários - ambos foram presos por tráfico de drogas. Além disso, Ítalo também cumpriu pena por roubo e porte ilegal de armas. De acordo com nota da Polícia Militar, os corpos foram encontrados após uma denúncia de uma briga no apartamento 104, do bloco 11. Policiais da 48ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Sussuarana) foram mandados ao local e encontraram os três mortos. O DPT e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram acionados de imediato.  O CORREIO conversou com policiais militares que foram acionados para a ocorrência. Eles contaram que José Carlos era o inquilino do apartamento e que foi solto do presídio pouco antes de se mudar para o condomínio, há um ano e cinco meses. Os PMs disseram que encontraram o apartamento revirado, com objetos jogados no chão, que indicam que houve luta corporal no local. Além disso, o imóvel estava coberto de sangue. Os corpos foram encontrados em pontos distintos do imóvel: José Carlos estava na sala, Ítalo em um quarto e a mulher, que seria namorada dele, em um outro quarto.Vizinhos Segundo vizinhos, há cerca de três meses o trio dividia o apartamento. “Mas todos eram bastante reservados. Primeiro veio um deles, aí o outro homem e a mulher vieram depois. Falavam muito pouco. Às vezes parecia até que não tinha ninguém no apartamento. O que as pessoas acharam muito estranho é que o imóvel é calmo, mas na madrugada houve uma discussão e depois o som ligado nas alturas a manhã inteira. Então, ligaram para polícia”, contou ao CORREIO um dos moradores do bloco 11.  O apartamento estava trancando por dentro e isso levou a polícia a arrombar a porta. “Não tinha como entrar a não desta forma. A gente ouvia o som, batia na porta com as mãos. Teve gente que até chutou, mas ninguém respondia. Foi então que a polícia decidiu arrombar e aí viu aquela cena horrível”, relatou o morador.  Apesar de a polícia não falar oficialmente sobre a linha de investigação, moradores relataram ao CORREIO que policiais civis comentaram duas possibilidades. A primeira é que havia uma quarta pessoa no imóvel. “Os três celulares não foram achados pelos policiais. Alguém pode ter saído depois de tudo”, disse a fonte.  A outra possibilidade seria um homicídio seguido de suicídio. “Eles comentaram que o casal teria sido assassinado primeiro e depois a outra vítima se matado. Mas essa é menos provável por causa do sumiço dos celulares”, declarou. 

Até o momento não há informações sobre a autoria e motivação dos crimes.