Exposição de Daniel Senise ativa o imaginário do espectador

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Cesar Romero
  • Cesar Romero

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Obra de Daniel Senise (foto/divulgação) A Paulo Darzé Galeria, no Corredor da Vitória, apresenta até 18 de outubro a mostra solo de Daniel Senise Museu do Recôncavo. Esta série teve a colaboração de Caetano Dias com fotografias que mostram espaços em processo de ruínas com objetos, fragmentos ou sudários espalhados no local, onde a fotografia surge como plano de fundo e cenário que ativa o quimérico. As imagens servindo como uma tela para intervenções do artista com matérias e objetos recolhidos nos espaços fotografados onde olhamos um imbricamento de linguagens resultante de seu pensamento pictórico.

Em outubro de 2017, Daniel Senise registrou os espaços do casarão seiscentista do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, em Candeias, Bahia. Realizou monotipias dos pisos das salas do casarão, em tecido e médium acrílico sobre alumínio e monotipias sobre fotografia em jato de tinta.

Senise nos apresenta os resultados desta experiência, mostra uma pintura repleta de experimentações, processos e técnicas, vocabulário de contexto próprio, um repertório temático que registra espaços e extrai impressões. Na afirmação de uma própria poética plástico-visual.

Senise colou telas no chão do Museu do Recôncavo, depois da secagem descolou a tela do assoalho, e vieram junto à sujeira, à camada de poeira, os restos que o tempo deixou sobre o piso, quando são transferidos para o tecido. Depois, escolhe o que lhe parece melhor. Este é o seu cuidado, que exige um olho bem treinado e virtuoso.

Daniel Senise nasceu em 1955 no Rio de Janeiro. Em 1980, se formou em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seu reconhecimento se deu em 1985 quando participou com outros artistas da Grande Tela na 18º Bienal Internacional de São Paulo. Tendência expressionista.

A curadora Sheila Leirner dispôs as obras em três corredores de cem metros de extensão, com os quadros lado a lado, quase unidos entre si. A Grande Tela além de festejar o retorno da pintura, e por sua representação visual deu início uma das grandes polêmicas dos anos 1980. Outra exposição marcante: Como Vai Você, Geração 80? Teve a participação do artista, a mostra foi curada por Marcus de Lontra Costa que também buscava o retorno da pintura. Duas exposições icônicas.

Daniel Senise traz um repertório de imagens que parecem desgastada pelo tempo. Algumas telas possuem superfícies densamente trabalhadas enquanto outras possuem camadas quase etéreas. Sua pintura pode ser entendida como um desafio de equilíbrio e peso, presença e ausência de objetos, densidade e leveza da cor. Daniel Senise ativa o imaginário do espectador.