Família fica sem casa e fonte de renda após incêndio em Plataforma

O bar que ficava no térreo do imóvel sustentava a família de seis pessoas

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  • Da Redação

Publicado em 12 de março de 2022 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO
. por Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Imagine perder, em uma mesma madrugada, a sua fonte de renda e sua casa. Essa triste realidade foi enfrentada por seis pessoas de uma mesma família na sexta-feira (11), no bairro de Plataforma. Um incêndio que atingiu a residência de três andares na Rua das Bananeiras, teve início no térreo, onde funcionava um bar que sustentava toda a família.  

Ingrid Santos Souza, 20, que estava no segundo andar do imóvel com a filha de nove meses, conta que não sabe como ficará a situação da família depois da tragédia. “A única que trabalha aqui em casa é a minha mãe, mas a barraquinha que ela usava para sustentar a gente foi totalmente perdida”, afirma. A mãe, Islandia, morava há cerca de 35 anos no local.  

A jovem relata que o fogo começou com a geladeira que a mãe usava para armazenar as bebidas que vendia no bar. De forma rápida, as chamas se alastraram para os outros andares e consumiram móveis e eletrodomésticos. Nos momentos de tensão que se seguiram, a família só conseguiu salvar a própria vida. A cozinha foi o local mais atingido da residência. “A minha irmã estava tomando banho porque ia sair com minha mãe, que tem depressão e toma remédios controlados. Nisso minha mãe viu o botijão de gás já pegando fogo. Aí começou o desespero porque tudo começou a pegar fogo”, relembra. As pessoas da família, incluindo a bebê e mais dois cachorros, conseguiram sair do local a tempo. Quem levou um susto maior foi o cunhado de Ingrid, Igor Santos. Como estava no terceiro andar, ele não conseguiu chegar até as escadas e precisou pular do edifício para escapar das chamas. “Ele não ia conseguir passar pelas chamas e teve que pular. A gente tentou chamar os bombeiros, mas se tivéssemos esperado por eles, ia ter acontecido uma tragédia maior”, afirma. 

Na tarde seguinte ao ocorrido, a família desolada se encontrava na frente do imóvel, sem ter ainda decidido quais serão os próximos passos para reconstruir a vida. “Não sabemos ainda o que vamos fazer, precisamos conversar com a família toda para decidir”, conta Ingrid. Por enquanto, eles têm recebido apoio emocional dos vizinhos, além de ajuda com alimentos. 

A jovem lembra que, quando saía do local em chamas com a filha, seu maior medo foi perder algum parente. “O dano material a gente resolve com uma ou outra ajuda, o pior é a vida. O medo foi de perder alguém da nossa família”, diz. Ela conta que a bebê passa bem, apesar de ter inalado uma grande quantidade de fumaça. Durante o ocorrido, vizinhos ajudaram as seis pessoas a saírem do imóvel e também pediram socorro aos bombeiros.  

Segundo Ingrid, o Corpo de Bombeiros demorou cerca de duas horas para chegar ao local, junto com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que socorreu o rapaz. Igor teve fratura exposta em uma das pernas e foi levado ao Hospital do Subúrbio, mas na tarde de sexta-feira (11) já havia retornado para a casa. A mãe e provedora da casa também passou mal e precisou ser levada para o hospital durante a madrugada. A filha conta que ela faz tratamento para anemia e que teve o quadro piorado por conta do incêndio.  

Antônio Evangelista, marido de Ingrid, conta que, quando o fogo atingiu o botijão de gás, se alastrou pelo prédio inteiro: “Eu consegui tirar do prédio minha esposa, minha filha, minha sogra, e a esposa do meu cunhado, que desmaiou depois de ter inalado a fumaça. Meu cunhado pulou do primeiro andar para se salvar, e acabou com a cabeça aberta, e com epilepsia. Aí eu tive que salvar ele também".  Procurado, o Corpo de Bombeiros afirmou que a estrutura do prédio aparentemente não sofreu alterações, mas que isso deverá ser reavaliado.

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo.