Febre aftosa: balanço indica que vacinação deve ficar abaixo do esperado na Bahia

Ainda assim, número de imunizações é considerado bom por causa da falta da vacina nas lojas

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  • Georgina Maynart

Publicado em 21 de dezembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há 10 meses

Cerca de 90,3% do rebanho de bovinos e bubalinos da Bahia foram vacinados contra a febre aftosa na segunda etapa da campanha contra doença. O prazo acabou no dia 10 de dezembro. Os dados da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) são parciais, já que os pecuaristas ainda têm o dia 26 de dezembro, próxima quarta-feira, para enviar, pela internet, a declaração que informa e atesta que a vacinação foi realizada.

Segundo o balanço parcial, foram vacinados um total de 2 milhões 680 mil e 457 animais espalhados pelo estado. O número é menor do que esperava o órgão de defesa agropecuária no início da campanha, quando tinha uma estimava de atingir 96% do rebanho.

“Está abaixo da nossa estimativa inicial, mas supera a expectativa se levarmos em consideração que enfrentamos dificuldades este ano devido à falta de vacinas. Visto assim é um índice muito bom e atende o previsto pelo Ministério da Agricultura. O produtor rural tem até o fim do mês para apresentar a declaração, e ainda esperamos chegar até 93% de vacinação”, diz Rui Ferreira Leal, Diretor de Defesa Animal da Adab.

Este ano, a campanha chegou a ser prorrogada em vários estados por causa da falta de vacinas nas lojas de revenda.

A Bahia tem quase dez milhões de cabeças. Mas a segunda etapa da campanha abrange apenas os animais de 0 a 24 meses, cerca de um terço do rebanho. O produtor rural que não vacinou fica impedido de transportar e comercializar o gado. A multa é de R$ 53,21 por animal não vacinado, e de R$ 160 por propriedade. Na primeira etapa, direcionada para animais acima de 24 meses, o índice de vacinação alcançou 93,55% do rebanho. A Bahia tem o oitavo maior rebanho do país e é considerada zona livre da febre aftosa  - com vacinação - desde 1997.

Este ano, o Brasil ganhou o reconhecimento internacional de zona livre com vacinação. A certificação, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal, é importante porque valoriza o rebanho e ajuda a abrir novos mercados externos para a carne brasileira. Atualmente, apenas o estado de Santa Catarina é reconhecido como área livre sem vacinação. O Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA) prevê que os estados do Acre e Rondônia, além de municípios do Mato Grosso e Amazonas, sejam os próximos a começar a abolir a vacina já a partir de maio do próximo ano. A previsão é a de que todo o país seja reconhecido como zona livre sem vacinação até maio de 2023.

A febre aftosa é uma doença que atinge animais de caso fendido, como bois, vacas, suínos e cabras. Os sintomas não são transmitidos aos humanos, e geralmente levam ao sacrifício do gado.