Federação de PT e PSB ameaçada, os segredos da ponte e a pesquisa fresquinha com ACM Neto na vantagem folgada

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 11:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Acordo rachado A federação partidária que o PT pretendia formar com PSB, PCdoB e PV parece ficar cada dia mais distante, o que ameaça a configuração da base petista no estado. Na Bahia, integrantes da base que acompanham as negociações contaram que as conversas retrocederam "por intransigência do PT". Segundo as fontes da coluna, sem a federação, socialistas e comunistas teriam muita dificuldade até para manter suas bancadas estadual e federal - eles contam com o ex-presidente Lula como 'puxador de voto' para se fortalecerem. 

Tudo nosso, nada deles O entrave está justamente neste ponto. "Os petistas acreditam que a federação vai beneficiar os outros partidos e tirar cadeiras deles na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. A verdade é que o PT só pensa nele e não em manter a base", revelou outro influente integrante do arco de alianças do PT no estado. A situação tem irritado lideranças nacionais, tanto que o presidente do PSB, Carlos Siqueira, fez uma queixa pública ao dizer que o PT deveria abandonar sua "visão exclusivista". 

Conta não fecha A situação pode comprometer acordos que estão sendo costurados para as eleições deste ano. Sem a federação, integrantes da base governista dão por encerradas as conversas para que deputados estaduais migrem para o PSB. Há um diálogo, por exemplo, para que Vitor Bonfim (PL), Roberto Carlos e Euclides Fernandes (ambos do PDT) migrem para os quadros socialistas. "Sem a federação, o PSB terá dificuldade até mesmo para manter todos os seus deputados", avalia outra fonte. 

Explicando As federações partidárias foram criadas na reforma eleitoral do ano passado e são diferentes das coligações, que não são permitidas. As federações permitem às legendas atuarem de forma unificada em todo o país, de forma que os partidos poderão se unir para apoiar qualquer cargo, desde que assim permaneçam durante todo o mandato a ser conquistado, conforme o TSE. Elas valem para as eleições majoritárias e proporcionais.

Números Uma pesquisa fresquinha, recém-saída do forno, feita nacionalmente por um grande partido, reiterou o favoritismo de ACM Neto na corrida pelo governo do estado. O levantamento mostra que Neto segue na liderança tranquila, com chance real de vitória no primeiro turno, e com mais que o dobro de vantagem para Jaques Wagner, virtual candidato da situação. 

Por regiões Um ponto a se destacar sobre o levantamento é que Neto mantém a liderança folgada em todas as regiões da Bahia, com o dobro de vantagem sobre Wagner em praticamente todas elas. 

Não sai do lugar A decepção do levantamento ficou por conta do ministro da Cidadania, João Roma, que aparece bem abaixo, inclusive quando é associado ao presidente Jair Bolsonaro. O capitão, diga-se de passagem, segue com elevada rejeição no estado.

Os segredos da ponte Causou estranheza no meio político os fatos recentes relacionados à ponte Salvador-Itaparica. Na semana passada, o governador Rui Costa (PT) citou "nova exigência feita pela Marinha" e, nesta semana, o superintendente da Seinfra Saulo Pontes disse que houve um "reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos". O ponto que tem intrigado é que o governo tem mantido as informações "guardadas a sete chaves", sem dar transparência à questão. O valor da ponte, que era de R$ 5,4 bilhões, já supera os R$ 9 bilhões. 

Interrogação "Será que aumentou novamente?", é a pergunta que tem sido feita até mesmo entre parlamentares governistas, que também estranharam a falta de explicações. A preocupação não é só com o valor da obra, mas também com o pós-construção. "Essa conta terá que ser paga de alguma forma. Vai ser com o valor do pedágio maior? Ou com desembolso do governo? São muitas perguntas", disse uma fonte do Palácio de Ondina à coluna. 

Cadê Leão? Outro ponto que tem intrigado é o silêncio do vice-governador João Leão (PP), que luta para ser o pai da ponte, sobre o assunto. Será que Rui vai jogar no colo de Leão a explicação para o tal "reequilíbrio"? 

Barulho Publicamente, quem botou a boca no trombone foi o vereador Cláudio Tinoco (Democratas), que pediu explicações à Seinfra sobre as tais mudanças no contrato. E não deve parar por aí. Tinoco pretende ampliar o debate na Câmara Municipal de Salvador, inclusive realizando audiências públicas. 

Matemática partidária O ano de 2022 começou e, com ele, se intensificaram as conversas sobre mudanças partidárias na Assembleia Legislativa. Sem as coligações e com a possibilidade real de PP e PSD reduzirem suas bancadas, deputados destes dois partidos já começam a fazer contas e sondam legendas para abrigá-los. A matemática é simples: vão procurar legendas que facilitem sua reeleição. 

Nomes aos bois No PSD, Mirela Macedo e Jusmari Oliveira devem sair e migrar para partidos da base do pré-candidato ao governo ACM Neto. O também pessedista Alan Castro é outro que pode desembarcar da legenda. Já no PP, Robinho e Dal já estão praticamente fora, enquanto nomes como Niltinho, muito querido por João Leão, e Junior Muniz ainda estudam suas possibilidades de reeleição na legenda. 

A coluna Alô Alô Política é publicada às sextas, sempre ao meio dia, nos portais CORREIO e Alô Alô Bahia. Também pode ser conferida através do endereço www.aloalopolitica.com e do Instagram @aloalopolitica.