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Thais Borges
Publicado em 18 de setembro de 2017 às 07:37
- Atualizado há 2 anos
Desde que o Parque da Lagoa Erivaldo Cerqueira, foi inaugurado pela prefeitura de Feira de Santana, há oito anos, a rotina da filósofa e teóloga Lívia Leite, 36 anos, mudou. Com a requalificação da área, foi lá que ela decidiu levar sua rotina de atividades físicas. “No início, não era tão movimentada quanto é hoje. Agora, é muito prazeroso ver que a cidade tem ocupado aquele espaço como familiar e de contato com a natureza”, diz ela, que vai ao local praticamente todos os dias.>
De lá para cá, as cerca de 60 lagoas da cidade têm ganhado atenção especial na segunda maior cidade da Bahia que nesta segunda-feira (18) completa 184 anos de emancipação política. Este ano, foi a vez da Lagoa Grande, revitalizada pelo governo do estado no bairro que leva o mesmo nome. Em breve, Feira de Santana deve ser ainda mais sustentável. Segundo o secretário do Meio Ambiente da cidade, Sérgio Carneiro, pelo menos outras sete lagoas serão novos espaços para quem quer curtir áreas verdes.>
Quatro delas serão delimitadas com a construção de uma ciclovia e de uma pista de cooper: a do Subaé e um conjunto de três lagoas no bairro da Conceição – que, após as obras, serão batizadas de Lagoa de Minas, do Mirante e do Meio. “Vamos fazer a delimitação para conter a degradação. A ideia é você tentar salvar o que resta dessas lagoas, evitar ocupações irregulares através de um espaço público. É para que as pessoas, ao se apropriar, evitem o aterramento, o mau uso delas”, explicou o secretário ao CORREIO.>
Segundo ele, isso será feito para ‘estancar a sangria’. A escolha da prefeitura, diante de um cenário econômico pouco favorável, foi de usar os recursos disponíveis no maior número de espaços públicos possível. “Ao invés de usar o dinheiro para uma obra completa, vamos fazer mais lagoas. Isso é num a primeiro momento para proteger mais lagoas. Com o tempo, você faz o parque infantil, os aparelhos de ginástica. O principal agora é conter o desaparecimento dessas lagoas”. Ao todo, serão utilizados cerca de 900 mil – provenientes de um fundo do Meio Ambiente, que capitaliza dinheiro de multas de licenciamento ambiental.>
Outras duas serão bancadas pela iniciativa privada, como condição para aprovação de licenciamento de obras. Uma fica logo na entrada da cidade, próximo à uma faculdade particular. “Condicionamos a obra de um parque (da União das Entidades Esportivas de Feira de Santana à recuperação da lagoa existente às margens da BR-324. Ali, onde era o antigo clube Cajueiro, vai nascer um espelho d´água”.>
Enquanto isso, a outra é a Lagoa do Berreca, no fim da Avenida Artêmia Pires, como parte do licenciamento da construtora L. Marquezzo para a construção de cerca de sete mil casas na região. De acordo com o engenheiro ambiental da L. Marquezzo Moisés Rangel, a obra vai construir um novo bairro na cidade. O novo bairro está sendo chamado de Jardim Brasil. “A empresa é local, então tem um planejamento para Feira de Santana. Na lagoa, a gente vai fazer o margeamento e investir também em arborização considerável para criar um conforto para quem vai utilizar a área para atividade física. Feira ainda tem espaço para crescer na área imobiliária e na construção civil”.>
Por fim, a sétima é a Lagoa do Terra Dura, no distrito de Humildes. “É uma área que não é nem rural, nem urbana, mas que será com recursos da prefeitura”, completa o secretário Sérgio Carneiro. A previsão é que todas sejam concluídas em até 18 meses. Para o presidente do Sindicato do Comércio de Feira, José Carlos Moraes Lima, também 2º vice-presidente da Fecomércio-BA, as melhorias na qualidade de vida na cidade movimentam o setor.>
“Nós ainda estamos necessitando de muita coisa, mas estamos debatendo com as autoridades para ter uma cidade mais arrumada. Feira abrange uma área grande de municípios que se abastecem aqui e daí a importância de melhorar a cada dia”. >
Ficha técnica: População 627 477 habitantes Área 1 337,993 km² Densidade 468,97 hab./km² Altitude 234 m >