Fim de linha: Bahia anuncia saída do diretor de futebol Diego Cerri

Cerri estava no tricolor desde 2016 e não vai ter o contrato renovado

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  • Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2020 às 14:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

O ciclo de Diego Cerri como diretor de futebol do Bahia chegou ao fim. Nesta quinta-feira (31), o clube comunicou que o contrato do gestor, que se encerra no último dia de 2020, não será renovado para a próxima temporada.

Ainda de acordo com o Bahia, a saída de Diego Cerri representa uma das mudanças que o departamento de futebol tricolor vai sofrer durante a reformulação que será feita pela diretoria.

No comunicado do Bahia, Diego Cerri deixou uma carta de agradecimento ao clube (confira abaixo na íntegra) e lembrou das conquistas que o Esquadrão teve nos últimos anos.

“Hoje encerro um trabalho de quatro anos e meio, do qual me orgulho muito, à frente da diretoria de futebol do E.C. Bahia. Foi um período intenso, desde a conquista do acesso à Série A do Campeonato Brasileiro até agora, quando deixamos um clube mais estruturado para enfrentar os desafios que estão por vir", disse Cerri em trecho da carta.

Diego Cerri chegou ao Bahia em 2016, durante a gestão de Marcelo Sant'Anna, para ser gerente de futebol. Na temporada seguinte ele foi promovido ao posto de diretor após a saída de Nei Pandolfo.

Cerri foi mantido no cargo durante a gestão de Guilherme Bellintani. Ele ficou perto de deixar o clube no ano passado após receber oferta do Palmeiras, mas recusou para seguir no Bahia.

Em 2020, Diego Cerri passou a ter o trabalho questionado por conta dos insucessos do Bahia em campo. O diretor chegou a ficar afastado das atividades por conta de problemas de saúde e nos últimos meses vinha trabalhando em home office.

O Bahia ainda não anunciou quem comandará a diretoria de futebol a partir de 2021.

Confira a carta de Diego Cerri:

“Hoje encerro um trabalho de quatro anos e meio, do qual me orgulho muito, à frente da diretoria de futebol do E.C. Bahia. Foi um período intenso, desde a conquista do acesso à Série A do Campeonato Brasileiro até agora, quando deixamos um clube mais estruturado para enfrentar os desafios que estão por vir.

Em conjunto com toda a equipe de trabalho do clube, realizamos um projeto a médio prazo e construímos um alicerce para o futuro, sem nunca deixar de pensar e sonhar com conquistas imediatas. E assim seguimos.

Saímos de 21º no ranking da CBF para a 10ª colocação. Em quatro participações, chegamos a três finais de Copa do Nordeste e ainda levantamos o troféu após 15 anos. Fomos tricampeões do Campeonato Baiano, algo que não acontecia há 32 anos. Passamos 12 jogos seguidos sem perder para o nosso rival local.

Com duas quartas de final disputadas na Copa do Brasil, chegamos a um 5º lugar pela primeira vez na história. Fizemos as três melhores campanhas do clube em Campeonatos Brasileiros de pontos corridos. Numa competição continental, a Copa Sul-Americana, chegamos a duas quartas de final, também inédito.

E não foi apenas no profissional masculino. Nosso Sub-20 está na final da Copa do Brasil pela segunda vez nesse intervalo de tempo e a equipe feminina conquistou o acesso à elite do Nacional.

Passamos pelas dificuldades que o futebol sempre apresenta, imediatista e cobrando sempre um resultado breve, mas encaramos elas de frente. Fomos honestos e nos entregamos. Juntos, superamos os momentos mais difíceis.

A nova casa do Bahia, agora, é um centro de treinamento de alto nível.

Estabelecemos metas de vendas de atletas, um mal necessário em nossa realidade, a fim de aumentar a receita do clube, e as cumprimos com reconhecida eficiência.

Criamos processos e metodologias partindo das categorias de base, pelo time de transição e pela equipe profissional. Mas, essencialmente, conseguimos fortalecer a credibilidade do clube em âmbito local, regional e nacional.

Como muitos já sabem, em virtude de um problema de saúde causado pelo acúmulo de stress, tive que me afastar por ordem médica nos últimos meses para me recuperar. Foram quatro anos de trabalho sem folga, sem descanso, sem um período para recuperar minhas energias.

Hoje só me resta agradecer de coração aberto e satisfeito a todos os funcionários, diretoria, presidente, vice-presidente, comissão técnica, atletas e também à torcida desse clube maravilhoso por todo o carinho e respeito. São vocês que fazem do Bahia um gigante.

Esse ano tem sido muito atípico e difícil, não só no futebol, é claro, mas em nossas vidas como um todo.

Que 2021 nos devolva a alegria de ver as arquibancadas da Fonte Nova lotadas. E que traga, especialmente, dias melhores para os brasileiros de todas as cores, crenças e torcidas.

Grande abraço! Saudações Tricolores!”