Fim do status: Vitória não terá mais conselheiros vitalícios a partir de 2023

Votação unânime decidiu pela extinção do cargo em assembleia geral

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  • Daniela Leone

Publicado em 13 de junho de 2022 às 14:55

. Crédito: LETÍCIA MARTINS / ECV

A era de dar status aos ex-presidentes chegará ao fim no Vitória: o posto de conselheiro vitalício deixará de existir a partir de janeiro de 2023. A decisão pela extinção do cargo foi aprovada em votação unânime durante Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada no último sábado (11), com a participação de 148 sócios, no Barradão.

De acordo com o estatuto em vigor desde 2017, tornavam-se membros vitalícios do clube os ex-presidentes dos Conselhos Diretor, Deliberativo e Fiscal que cumprissem 18 meses do mandato. Casos, por exemplo, de nomes conhecidos da política rubro-negra, a exemplo de Alexi Portela Júnior, Paulo Carneiro e Ademar Lemos Júnior. Atualmente, o Vitória tem 17 conselheiros vitalícios. Nenhum deles esteve presente na AGE de sábado.  

O Conselho Deliberativo segue com a configuração atual - 17 vitalícios e 150 membros efetivos - até dezembro, quando será encerrado o mandato. As eleições do Vitória acontecerão em setembro e os novos eleitos assumirão em 2023.

Portanto, a partir de janeiro, os rubro-negros que eram conselheiros vitalícios deixam de ter posto cativo no Conselho Deliberativo e só passarão a figurar no órgão e, consequentemente, interferir com voto nas reuniões, se integrarem a chapa que for eleita pelos sócios do clube.

Os atuais 17 conselheiros vitalícios passam a ser obrigados a pagar o plano associativo Sou Mais Vitória se quiserem manter a ligação formal com o clube. Eles terão o direito de converter o período em que ocuparam o posto em tempo de associação. Para isso acontecer, terão 90 dias para se tornarem sócios. Do contrário, se tornarão inadimplentes e deixarão de ter o direito de participar da próxima eleição, como acontece com qualquer associado.

De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo, Nilton Almeida Filho, a situação de Paulo Carneiro ainda será analisada. Apesar de ser um dos conselheiros vitalícios, ele foi destituído da presidência no dia 21 de maio, em decisão que o tornou inelegível para qualquer cargo pelos próximos sete anos.

“Algumas questões precisam ser analisadas. Ele é conselheiro vitalício até o final do ano. As consequências do afastamento dele levam a uma ilegibilidade dele para qualquer cargo futuro e precisamos analisar isso com muita calma ainda para ver a repercussão jurídica. O direito à associação é livre, nós não podemos coibir o direito à associação ao clube, agora, os direitos inerentes a essa associação, no caso do ex-presidente Paulo Carneiro, é que vão ser discutidos, analisados, um a um”, explicou Nilton Almeida Filho.

A extinção do cargo de conselheiro vitalício é um dos pontos do texto do novo estatuto do clube que foi encaminhado em 2019 e começou a ser apreciado apenas no último sábado. Uma comissão vai se reunir a partir de quarta-feira (15) para analisar e catalogar outras emendas ao novo estatuto proposto. Elas serão votadas em uma nova AGE, agendada para 16 de julho.

Os 17 conselheiros vitalícios do Vitória:

Ademar Pinheiro Lemos Júnior Alexi Pelagio Gonçalves Portela Júnior Antônio Ferreira da Silva Neto Carlos Sérgio Sampaio Falcão Christovão Rios de Britto Epifânio Carneiro Filho Ivã de Almeida Jaime Maciel Fernandes José Alves Rocha Manoel Luiz Moura Matos Paulo Catharino Gordilho Filho Paulo Roberto de Sousa Carneiro Paulo Sérgio Paranhos de Magalhães Raimundo Dias Viana Rui Ribeiro Rosal Silvoney Sales de Almeida Sinval Vieira da Silva Filho