Flordelis botou arsênico na comida do marido e comprou arma do crime, diz MP

Foram pelo menos quatro tentativas para matar Anderson; 7 filhos estão presos

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  • Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2020 às 11:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O plano para matar o pastor Anderson do Carmo começou ainda em maio de 2018, com envenenamento por doses de arsênico, afirmaram representantes da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio nesta segunda-feira (24). A mulher dele, a deputada federal Flordelis (PSD-RJ), foi acusada de ser a mentora intelectual do crime. 

Foram pelo menos quatro tentativas de matar o marido anteriormente, incluindo o uso do veneno, até a concretização do crime. O pastor foi morto em 16 de junho de 2019, na porta de casa, com mais de 30 tiros.

"Flordelis, além de arquitetar todo esse plano, financiou a compra dessa arma, convenceu pessoas a realizar esse crime, avisou sobre a chegada da vítima ao local e tentou ocultar provas. Não resta a menor dúvida deque ela foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime", afirmou o delegado Allan Duarte durante coletiva.

A possibilidade de separação entre o casal foi uma das motivações do crime, aponta a invetigação. O rigor de Anderson na administração das finanças e no controle das brigas de família também influenciaram.

“Quando ela fala com um dos filhos sobre os planos de matar Anderson, ela disse: ‘Fazer o que? Se eu separar dele, vou escandalizar o nome de Deus’”, contou o promotor Sérgio Luiz Lopes Pereira, do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.

Por conta da imunidade parlamentar, Flordelis não foi presa. Outras nove pessoas foram presas, incluindo cinco filhas da deputada e uma neta.

A deputada não vai responder somente pelo homicídio. “Uma associação criminosa que começou para matar por envenenamento, depois por arma de fogo, e por último para fraudar as investigações, com uso de contrainformações”, explica o promotor. (Foto: Reprodução) Envenenamento Segundo o promotor, o envenenamento foi uma tentativa de matar Anderson aos poucos. "O arsênico era posto na comida do pastor de forma dissimulada", afirma. "Até 2019, ele teve várias passagens na emergência de hospitais de Niterói, com diarreia, vômitos, sudorese, e se tratando como se fossem outras coisas”.

O advogado da deputada, Anderson Rollemberg, afirmou estar surpreso com os rumos da investigação, que afirma não ter provas.

“A defesa foi surpreendida com essas prisões preventivas das cinco filhas da deputada e da neta. Tomaremos conhecimento do que há de indícios para que essas prisões fossem feitas e para o indiciamento da deputada, já que na primeira fase da investigação, passou longe de qualquer prova que a apontasse como mandante".

Flordelis está "muito aborrecida e chateada" com tudo por ser inocente, diz."Jamais foi mandante desse crime bárbaro".

Com as prisões de hoje, chega a sete o número de filhos do casal detidos no caso. Todos já são réus.

Foram presos hoje os filhos Adriano, André, Carlos, Marzy e Simone e a neta Rayane. A Justiça também emitiu mandados de prisão contra dois homens que já estavam na cadeia: o filho Flávio, apontado como autor dos disparos, e o ex-PM Marcos.

O filho Lucas, que já tinha sido preso por conseguir a arma do crime, também foi denunciado hoje.