'Foi um momento de terror', relata moradora que teve casa atingida por explosão em Simões Filho

'Me abaixei e veio um mar de fog'; perícia no local da explosão foi realizada nesta terça-feira (10)

Publicado em 10 de novembro de 2020 às 19:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Vidraças estilhaçadas, telhas caídas, piso tremendo e uma grande nuvem de fumaça se aproximando. Este era o cenário da casa de Michele Santos, 28, na segunda (9), durante a explosão do depósito de fogos de artifícios na região rural de Simões Filho, a 29 km de Salvador. Michele é moradora de uma das 11 casas danificadas pelo impacto.

A explosão deixou dois feridos que foram levados para o Hospital Municipal e já receberam alta. Um deles é funcionário da empresa dona do galpão e a outra é uma senhora moradora da região. Dona Ana, como é conhecida, ficou presa dentro de casa cerca de 30 minutos até seu filho e alguns vizinhos conseguirem arrombar a porta e tirá-la do local. Segundo Michele, vizinha de Ana, um fragmento da explosão quebrou o telhado e incendiou parte de um dos quartos. Em decorrência da situação, Dona Ana teve uma crise de pressão alta e por isso foi levada ao hospital. Tentamos contato com ela, mas fomos informados que seu celular quebrou devido à explosão. 

Michele mora a uma distância de 150 metros do depósito e relatou que estava dentro do quarto no momento da explosão: “Eu me abaixei e veio um mar de fogo, foi um momento de terror”, lembrou. A nuvem de fumaça que subiu dava para ser vista até de Camaçari, cidade vizinha. “O estilhaço das janelas veio em cima da gente, eu tive cortes e machuquei o pé”, contou. Michele avalia o prejuízo em cerca de R$ 9 mil, entre vidraças quebradas, sofá amassado por pedaços do teto, além do computador que foi jogado na parede pela força da detonação. Ao todo, 19 pessoas da família de Michele moram na região, em cinco casas diferentes, e todas foram danificadas pelo estrondo.

[[galeria]]

O delegado titular da 22ª delegacia de Simões Filho, Leandro Acácio, informou que, nesta terça-feira (10), foi realizada a perícia no local da explosão e que, em breve, também serão feitas as perícias das casas de dois moradores prejudicados que registraram ocorrência. Segundo a Defesa Civil, há relatos de casas afetadas em regiões mais distantes, mas seus moradores não foram identificados, nem prestaram queixa.

O sócio e proprietário da empresa de fogos de artifício CF Pirotecnia Ltda, Ricardo Ferreira, explicou que possui autorização do Exército e do Corpo de Bombeiros Militar, além do alvará de localização e funcionamento. O paiol era monitorado através de câmeras e vigias e, segundo o empresário, não há motivos técnicos ou estruturais que justifiquem o ocorrido. Ele foi nas casas afetadas para avaliar, junto com a prefeitura, o reparo das residências. Ferreira afirmou que comprou lonas para as casas em que o teto sofreu danos.

Michele Santos confirmou a visita do prefeito na região, que pediu para os moradores redigirem uma carta à prefeitura registrando os estragos. O CORREIO entrou em contato com a prefeitura, mas até o fechamento estaa matéria não obteve retorno.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro.