Fórum realizado pelo Ibama apresenta ações inovadoras para mitigar impactos ambientais 

Especialistas, empresas e membros da sociedade discutiram a urgência de ações de preservação 

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  • Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2022 às 06:00

. Crédito: Foto: Imas Pereira

Eventos extremos climáticos vistos recentemente em Recife, Petrópolis e no Sul da Bahia são exemplos do impacto da ação do homem no meio ambiente. Mais que isso: representam um sinal de alerta para a urgência de ações práticas por parte da sociedade, políticas de meio ambiente e o comprometimento de empresas para reduzir o impacto humano e industrial no planeta. 

Para discutir este cenário e apresentar casos concretos de ações sustentáveis, foi realizado em Salvador, na última terça-feira (7), o II Fórum de Inovação e Sustentabilidade para a competitividade. O evento foi uma iniciativa do Ibama e contou com a parceria da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), que abriu seu auditório para o encontro, além do WWI-Worldwatch Institute no Brasil. A mesa de abertura foi composta por: Josair Santos Bastos, presidente em exercício da Fieb; Maurício Tavares, superintendente do Ibama; Eduardo Topázio, diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental do Inema; Guilherme Tedeschi Araújo, diretor geral da Bracell; Rosane Santos, diretora de Sustentabilidade da Bamin, além de Marco Antônio Fujihara, coordenador executivo do Fórum de Mudança do Clima, Conselheiro do CDP (Carbon Disclodure Project) e do Clif Climate Investment Fund.“As mudanças climáticas são os maiores desafios hoje, mais até do que a pandemia, porque para as mudanças não tem vacina. Esta é uma questão muito séria, que acontece pela ação do homem e os eventos extremos climáticos estão ocorrendo com mais frequência e mais força. Tudo isso como consequência do aumento de concentração de gás de efeito estufa na atmosfera, promovido pelo próprio homem.” - Antônio Fujihara, coordenador executivo do Fórum de Mudança do Clima.Apesar do esforço da Organização das Nações Unidas, nos últimos 50 anos, em chamar a atenção da sociedade sobre a as questões ambientais com a criação do Dia Mundial do Meio Ambiente, isto ainda não é suficiente para barrar o descompasso entre teoria e ações práticas. “O problema é que essa é uma questão de decisões políticas a nível global e isso é sempre muito difícil. Trazer consenso em uma discussão desta natureza a nível diplomático é muito complexo”, salienta  Fujihara. 

Por outro lado, a sociedade precisa cada vez mais estar informada e atenta ao que pode ser feito. Neste caso, as empresas têm um papel importante no sentido de mitigar suas ações a partir de programas de redução de emissões de gás carbono. A mídia também exerce papel fundamental para ajudar neste processo, levando informação. “O cidadão comum precisa ter consciência de que isso é importante. Se ele tem consciência, ele cobra  as empresas. Eventos como este são importantes para tomar ciência de que o sinal está quase virando no vermelho já”.

O especialista destaca, ainda, que no Brasil as empresas começaram a avançar nas questões ambientais e precisam ser rápidas. Durante o evento o público teve a oportunidade de conhecer projetos e ações desenvolvidos pelas companhias Bamin e Bracell para mitigar o impacto de suas atividades no meio ambiente. 

Marco Antônio Fujihara destacou que as mudanças climáticas são hoje o maior desafio quando se fala em meio ambiente  (Foto: Imas Pereira)

Conheça determinações do novo decreto para o Mercado de Carbono    O documento estabelece os procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas. Institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SINARE). Define que compete ao Ministério do Meio Ambiente, ao Ministério da Economia e aos Ministérios setorials relacionados, quando houver, propor os Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas. Estabelece regras e critérios mínimos para monitorar, reportar e verificar as emissões/reduções de GEE aceitas para registro no SINARE. Reconhece como crédito certificado de redução de emissões as reduções e remoções de emissões registradas no SINARE adicionais às metas estabelecidas para os agentes setoriais, caso atendam ao padrão de certificação. Mouana Fonseca (foto) e Guilherme Tedeschi Araújo apresentaram iniciativas da companhia, que é hoje uma das maiores produtoras de celulose. (Foto: Imas Pereira) Cultivos da Bracell sequestram 4.4 bilhões de toneladas de CO2 por ano Realizar ações pontuais ou apoiar projetos isolados não são suficientes para sanar as consequências das mudanças climáticas. A Bracell, uma das maiores indústrias de celulose do país - parte do grupo RGE (Royal Golden Eagle) com unidades no Polo Petroquímico de Camaçari e em Lençóis Paulista -, enxergou isso lá atrás e, ao longo do tempo, vem construindo sua história em bases sustentáveis. 

Guilherme Tedeschi Araújo, diretor geral da companhia, explica a filosofia do grupo: “Se é bom para a comunidade; se é bom para o país; se é bom para o clima (meio ambiente); se é bom para o cliente (quem compra, público interno e parceiros); só então vai ser bom para nós”.  O executivo defende que trabalhar junto ao social e ambiental traz mais competitividade para a empresa. “Não adianta mais a gente não fazer parte dessas discussões, porque isso é hoje uma demanda global. O impacto que nós/indivíduos causamos na sociedade e o impacto que nós/empresas causamos na terra é significativo e isso afeta diretamente nossas operações”, ressalta.

A empresa realiza trabalhos estruturantes  onde ações sociais, ambientais e de governança se complementam. “A inovação e a sustentabilidade estão dentro do nosso negócio do começo ao recomeço, no nosso discurso e na nossa prática, ou seja, na própria produção da celulose, na proteção ambiental que a gente realiza e também no investimento social que a gente faz. A nossa matéria-prima são as florestas de eucalipto, árvores cultivadas, que junto com a área nativa, sequestram 4.4 bilhões de toneladas de CO2 anualmente”, completa Mouana Fonseca, relações institucionais da Bracell. 

Diferente do que está no imaginário das pessoas, a produção de celulose nobre da Bracell, na Bahia, não é utilizada para a produção de papel, mas trata-se de um componente bastante específico usado na produção de itens como máscaras cirúrgicas, tecido do tipo viscose - em um esforço para deslocar o poliéster que tem base de petróleo -, batom, invólucro utilizado na fabricação de salsicha, cápsulas de medicamentos e até armações de óculos em acetato. A produção é de 480 mil toneladas/ ano, sendo que 70% é voltado para o mercado de especialidade e 99% é para exportação para Ásia, Europa e América do Norte. 

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O que diferencia a Bracell:  Realiza manejo sustentável; É uma empresa certificada; Tem maior RPPn no Litoral Norte, que é a Lontra - com reconhecimento de posto avançado de reservas da biosfera da mata atlântica (apenas 614 áreas no mundo e sete no Brasil têm esse reconhecimento); Possui área de soltura de animais silvestres; As florestas de eucalipto da empresa são corredores entre os resíduos de mata atlântica, o que permite que animais se desloquem de uma região para outra; Hoje 40% de sua base florestal é de mata nativa, quando a lei exige que o índice de a preservação seja de 20%. 

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