Gamil Föppel: 'OAB-BA precisa deixar de fazer política para fazer gestão'

Candidato à presidência da entidade falou sobre propostas em entrevista

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  • Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2018 às 09:12

- Atualizado há um ano

O advogado criminalista Gamil Föppel, candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), afirmou que a entidade de classe precisa deixar de fazer política e se preocupar em fazer gestão, em entrevista concedida à Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica. 

Segundo o candidato da chapa Renova OAB, o piso salarial da advocacia, por exemplo, já teria sido aprovado se houvesse de fato o comprometimento dos atuais gestores da ordem em resolver a questão. “O Ministério Público tem poder e capilaridade para aprovar projetos de interesse em regime de urgência urgentíssima e o Tribunal de Justiça também. Será possível que a OAB não consiga?”, questionou o candidato, ao dizer que é papel do líder fazer correção dos rumos com planejamento estratégico. 

“Podem cobrar do Renova OAB desde o dia primeiro de janeiro uma mudança de postura. Uma das soluções para o piso é criar e fiscalizar uma tabela para demandas repetitivas e de massa, pois os escritórios não vão admitir perder contratos para outros escritórios que precifiquem serviços abaixo da tabela. E para fazer e fiscalizar a tabela não se depende de lei”, comentou Gamil. “Isso não quer dizer que eu seja contrário à ideia de um piso. Eu sou a favor. Vamos trabalhar essa questão desde o primeiro momento”, afirmou.

O advogado voltou a dizer que a ideia do movimento Renova OAB é ocupar a Ordem num espaço de três anos e que toda a classe perceberá já nos primeiros dias uma mudança de postura. “Nós seremos muito intensos durante esses três anos”, prometeu. 

Ao longo da entrevista, o advogado foi questionado sobre as razões de a OAB-BA não oferecer possibilidades de hospedagem para os advogados do interior que precisam vir à capital.

Segundo Gamil, a OAB-BA tem apartamentos para receber o advogado que vem de fora, num programa de apoio ao advogado de baixa renda. “Mas são poucos. Há apenas quatro apartamentos em Salvador. Por que não temos apartamentos funcionais em Barreiras? Há advogados do município de Luis Eduardo e de São Desidério que precisam pernoitar em Barreiras. Por que não temos apartamentos funcionais em Porto Seguro, em Vitória da Conquista?”.

Para o advogado, a ideia de interiorizar a OAB-BA não significa somente reformar prédios de subseções. “Isso é importante porque o advogado e advogada do interior precisa de uma casa para chamar de sua. Mas a casa é realmente importante na medida em que ela seja utilizada, que seja funcional. Muitas vezes pergunto em subseções qual a funcionalidade de um auditório. E eles respondem que o auditório serve para entregar a carteira da OAB”, diz Gamil, defendendo que esse auditório tem de ser usado para cursos. 

“É fundamental que as subseções sejam confortáveis e habitáveis, mas que sejam funcionais. Entre gastar dinheiro nas subseções com mármore e granito e reservar esse dinheiro para investimento em qualificação de pessoal, o que é melhor? Ter mármore na subseção ou ter um curso de pós-graduação?”, concluiu.