Gênio da moda, estilista Alexander McQueen completaria 50 anos hoje

Estilista ficou famoso por peças e desfiles inusitados e era queridinho de famosas como Lady Gaga e Rihanna

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  • Da Redação

Publicado em 17 de março de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/Shutterstock

É praticamente impossível contar a história da moda sem passar por Alexander McQueen. Ícone de uma geração, ele completaria 50 anos hoje. Nascido na Inglaterra, o estilista morreu em fevereiro de 2010, quando cometeu suicídio dias após a morte de sua mãe e parceira de trabalho, Joyce McQueen. 

Como arquiteto do mundo da moda, McQueen ajudou a construir o imaginário da área para muito além de vestidos, sapatos e cortes. Ele também deu contribuições fundamentais nesses quesitos, mas foi nas inovações que ele deixou sua marca mais profunda. Os desfiles do estilista contavam histórias e provocavam emoções. 

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Em 2006, por exemplo, após ser flagrada por uma tabloide consumindo cocaína, a über model Kate Moss viu sua carreira entrar em decadência. Todos tomaram alguma distância dela, exceto McQueen, que fez um holograma da top e colocou no seu principal desfile. Em 1999, ele chocou o mundo ao mixar moda e máquinas da indústria automotiva em uma cena que virou poesia para quem assistia. Parada no centro do palco, uma modelo com um vestido branco era tingida por máquinas de pintar carros. Daí surgiram diversas leituras, nenhuma autorizada pelo criador da obra. 

A editora de revistas de moda Isabelle Blow no enterro de McQueen (Foto: reprodução/Shutterstock)

Nos seus trabalhos, McQueen sempre andou na fronteira entre o belo e o feio. Assim aconteceu, por exemplo, em 2009, quando o enfant terrible (pessoa de ideias ou comportamento controversos) trouxe às passarelas modelos com bocas que em quase nada lembravam lábios humanos. A coleção de Outono/Inverno mostrou, ainda, modelos vestidas da cabeça aos pés com a mesma estampa e máscaras que dividiram o público. Foi nesse evento, porém, que McQueen deu sinais de cansaço. Segundo a biografia Alexander McQueen: Blood Beneath The Skin, escrita por Andrew Wilson, o estilista confessou a um amigo próximo que pretendia cometer suicídio na passarela. O plano não foi à frente – não lá e não dessa maneira. 

Durante sua existência criativa, McQueen esteve em contato com o Brasil em diversas oportunidades. Em um desses encontros, ajudou a lançar a nossa maior representante: Gisele Bündchen. Em 1998, começando na carreira, a brasileira desfilou para a marca do britânico. Ela usaria três looks durante o desfile, sendo o primeiro um maiô prateado, o segundo um vestido e o terceiro uma saia. A modelo perguntou onde estava a blusa do último look e ouviu como reposta: “não tem blusa”. Desesperada, pediu a uma maquiadora que pintasse seus seios de branco e assim entrou na passarela.

Alguns anos depois, em 2003, o Brasil foi homenageado com uma coleção para a Givenchy, assinada por McQueen. As roupas trazem claras referências à nossa fauna e flora. 

É um pecado falar de McQueen sem citar duas das suas maiores divas: Björk e Lady Gaga. A interseção que ele fazia entre moda e outras artes também ajudou a fincar seu nome na história moderna do mundo. Para a cantora islandesa, ele criou peças memoráveis, como a roupa que ela usa na capa do CD Homogenic. Já para cantora de Bad Romance, o estilista reservou os também memoráveis armadillos –  sapatos que ficaram famosos por sua forma meio alienígena. 

Capa do álbum Homogenic, de Björk (Foto: Divugulgação)

As perdas levaram o gênio a sucumbir. Inquieto, ele já tinha sofrido muito com o suicídio de sua amiga e editora de moda Isabella Blow, em 2008. A amizade dos dois teve idas e vindas e começou com Isabella dando suporte ao estilista, que, anos depois, contratou Blow para atuar na Givenchy, mas nunca pagou o salário da amiga. Isso, por óbvio, estremeu a relação dos dois até os últimos dias. 

A gota d’água foi a partida de Joyce McQueen. Como legado de sua passagem pela terra, ele deixou sua marca, que hoje tem Sarah Burton à frente, e um rastro enorme no coração dos admiradores que hoje sentem apenas saudade.  Siga o Bazar nas redes sociais e saiba das novidades de gastronomia, turismo, moda, beleza, decoração e pets: *Colaborou para o CORREIO