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As duas famílias brigaram na Justiça por quase uma década por conta de participação na empresa
Donaldson Gomes
Publicado em 24 de setembro de 2020 às 17:22
- Atualizado há um ano
Uma das maiores disputas societárias da história econômica brasileira chegou ao fim nesta quinta-feira (dia 24). A Graal Participações S.A, controlada pela família Gradin, e as empresas do Grupo Odebrecht Kieppe Participações e Administração Ltda e a Odbinv S.A assinaram um acordo para encerrar todos os litígios e disputas existentes entre si. O acordo foi alcançado com a interveniência da Odebrecht S.A, de acordo com um comunicado da empresa ao qual o CORREIO teve acesso com exclusividade. Os termos do acordo não foram divulgados.
A avaliação da Odebrecht é que esta pacificação “é significativa e fundamental, por encerrar conflitos de muitos anos e por permitir que essas empresas possam se concentrar nos seus negócios e operações”.
Desde 2010, a Graal Participações e as empresas da Odebrecht estavam em litígio por conta do valor da participação da família Gradin no Grupo. Após algumas décadas de trabalho na tradicional empresa baiana, o falecido economista baiano Victor Gradin e seus filhos acumularam uma participação acionária de 20,6% na Odebrecht Investimentos (Odbinv). A briga começou quando a família Odebrecht decidiu exercer a opção de compra da fatia , em 2010 e ofereceu o pagamento de US$ 1,5 bilhão aos minoritários.
Os Gradin, no entanto, não concordavam com a avaliação e nem estavam dispostos a se desfazer de sua fatia na operação naquele momento. Eles tentaram resolver a questão através de uma arbitragem, porém a opção foi repetidas vezes rejeitada pela Odebrecht.
As negociações para o acordo foram iniciadas em maio. Do lado da família Gradin, assinaram os irmãos Bernardo e Miguel. Pela Odebrecht foram Emílio Odebrecht e o CEO da empresa, Rui Sampaio.
Segundo fontes próximas ao acordo, a família Gradin deve receber só uma parte do valor que pleiteava lá atrás – e o recebimento vai seguir os trâmites da recuperação judicial da Odebrecht. O acordo prevê o pagamento de um total de R$ 6 bilhões, divididos em 40 anos, e condicionados à disponibilidade de caixa da companhia, segundo informações da Agência Estado. A paz entre as partes teria sido costurada sob a supervisão de Emilio Odebrecht.