Graduação tecnológica custa menos, é mais rápida e objetiva

Universidades têm investido nos cursos tecnológicos

  • Foto do(a) author(a) Jordan Bezerra
  • Jordan Bezerra

Publicado em 5 de junho de 2017 às 04:00

- Atualizado há um ano

Nos últimos anos, as empresas têm manifestado uma intensa demanda por funcionários qualificados. Pensando nisso, as universidades públicas e privadas começaram a investir nos chamados Cursos de Graduação Tecnológica, que são mais baratos e ideais para quem tem pressa de ingressar no mercado de trabalho com formação específica. Eles, ao mesmo tempo, oferecem conhecimentos práticos e um diploma de nível superior. “Esses cursos já existem no Brasil há cerca de 10 anos e são frutos de uma necessidade social. O aluno se forma em 2 ou 3 anos com conhecimentos mais práticos e específicos sobre a área, noções de projeto e conhecimento de ferramentas. É totalmente voltado para a formação profissional”, explica Guilherme Marback, reitor dos cursos tecnológicos da Unijorge. Waldeck fez Telecomunicação e encontrou emprego com facilidade.(Foto: Acervo Pessoal)De acordo com o Ministério da Educação (MEC), existem 158 cursos do gênero em atividade na Bahia. Marback ressalta que o interesse dos alunos tem aumentado e que o mercado também está acolhendo cada vez mais os tecnólogos. Uma pesquisa do Centro Paula Souza, que coordena 55 faculdades tecnológicas no Brasil, revelou que 92% dos formados estão empregados e que 55% recebe entre 3 e 8 salários mínimos.“Além de oferecer os cursos, nós também já incorporamos tecnólogos das áreas de gestão, manutenção e eletricidade no nosso quadro de funcionários. No Nordeste, ainda existem algumas empresas que possuem um certo preconceito com esse tipo de graduação”, esclarece o reitor do Instituto Federal da Bahia (Ifba, antiga Escola Técnica da Bahia), Renato Anunciação. Waldeck Torres, 44 anos, se formou em Telecomunicação e conseguiu emprego com muita facilidade. “Logo após a colação de grau eu fui incorporado ao mercado. Depois de algum tempo, comecei a fazer minha pós-graduação em Redes de Computadores e, antes de terminar, eu já estava no meu segundo emprego”, contou. Hoje, atua na gestão de sistemas telefônicos.

As áreas de Tecnologia da .Informação, Audiovisual, Logística, Segurança do Trabalho e Recursos Humanos, são as que mais buscam por profissionais com graduação tecnológica. DesafiosApesar dos avanços, os tecnólogos ainda batalham pelo reconhecimento, por uma lei, da categoria de tecnólogo de nível superior. Um projeto assinado pelo deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) tramita na Câmara desde 2007 e, atualmente, está aguardando deliberação do recurso na Mesa Diretora. Roberto Solla, presidente do Sindicato dos Tecnólogos do Estado da Bahia (Sinditecno), explica que a classe tem pressionado as lideranças políticas para progredir com o Projeto de Lei  2245/2007. “Esse não é o nosso único desafio, ainda enfrentamos o corporativismo de outras profissões, como é o caso das engenharias, que insistem em interferir e marginalizar nossas questões. A inclusão em concursos públicos também ainda é bastante limitada, já recorremos à Justiça para acabar com esse tipo de restrição”, destacou o sindicalista.

VESTIBULARES PARA CURSOS TECNOLÓGICOS 2017.2