Grávida assassinada não tinha feto no ventre: 'Criança pode estar viva'

Crime aconteceu no Rio; corpo não tem sinais de placenta nem corte para parto

Publicado em 7 de julho de 2021 às 10:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A morte de Thaysa Campos dos Santos, 23 anos, no Rio de Janeiro, segue envolta em mistério. O corpo da jovem foi achado em setembro do ano passado, após uma semana que ela ficou desaparecida. Só que Thaysa estava grávida de oito meses e exames mostraram que não havia feto no corpo da jovem. 

A perícia também não identificou vestígios de placenta ou cortes na barriga que pudessem indicar que aconteceu uma retirada cirúrgica do bebê de Thaysa. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) foi divulgado essa semana pelo jornal Extra.

A família tem esperanças que a criança esteja viva e quer respostas. "Essa criança pode estar viva em algum lugar. Eu peço pelo amor de Deus que, se essa criança estiver viva em algum lugar, que ela seja devolvida. Eu preciso da minha neta", diz a mãe de Thaysa, Jaqueline Campos, em entrevista ao Uol.

O corpo de Thaysa estava em avançado estado de decomposição quando foi encontrado e a causa da morte ainda não é conhecida. Imagens mostram um homem andando com a vítima perto do local onde o corpo dela foi achado. A polícia agora tenta identificá-lo.

Bebê pode ter nascido antes de morte Presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo analisou o laudo de necropsia de Thaysa, a pedido do Uol. Ele afirma que é possível que o bebê tenha nascido antes da jovem ser morta.

"O laudo diz que o útero pode ser compatível com estágio puerperal. Não diz que é, mas também não descarta a possibilidade. Por esse laudo, não dá para descartar que o feto tenha sido retirado antes do exame necroscópico. O útero estava vazio. O laudo não diz que tinha um feto, mas também não descarta possibilidade dessa moça ter dado à luz antes de ser morta", diz.

Ele continua: "Se ela estava grávida e foi a óbito com o bebê ali, isso seria evidentemente relatado na necropsia. Considerando esse dado e o laudo necroscópico, a questão está parecendo que a criança foi roubada. Tudo indica que alguém esperou ela dar à luz, mataram e levaram a criança". 

O perito afirma que é importante saber a causa da morte para tentar entender mais o que aconteceu.  (Foto: Reprodução) Desaparecimento Thaysa tinha dois filhos e estava na terceira gravidez, de um homem que é casado. Na noite em que desapareceu, ela disse à irmã por volta das 22h que iria buscar uma bolsa do bebê. Depois, não retornou.

Imagens das câmeras da estação de trem de Deodoro registraram Thaysa sendo abordada por um homem pelas costas. Ele a leva para dentro de um mato - na mesma região em que ela seria achada morta depois. A bolsa de maternidade que ela tinha ido buscar estava próxima. "Minha filha foi morta a poucos metros de casa", lamenta a mãe de Thaysa.

O celular da jovem foi roubado e vendido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A mulher que comprou o telefone reconheceu o vendedor como sendo o homem que aparece nas imagens abordando Thaysa.

A mãe da vítima diz que não conhecia o pai do bebê que a filha esperava. Contou que uma semana antes de sumir, Thaysa mostrou uma foto dele para a mãe, mas após a morte dela ele não procurou a família. "A mulher que vivia com ele chegou a ameaçar a Thaysa dizendo que essa criança não viria ao mundo. Minha filha estava com medo, mas não tinha noção do que estava por vir", diz.

O casal foi ouvido pela polícia, afirma.