Gripário de Pau Miúdo faz cerca de 800 atendimentos em 4 dias

Nesta segunda, até às 19h30, foram 179 pacientes e ainda tinha gente na fila

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  • Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Reaberto na sexta-feira (17), o gripário de Pau Miúdo já realizou cerca de 800 atendimentos e 40 internamentos de pacientes mais graves. No local, os 10 leitos de enfermaria e dois de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estavam ocupados nesta segunda-feira (20). Até 19h30, a unidade já havia atendido 179 pessoas, com pacientes ainda esperando na fila. 

Nas últimas semanas houve uma corrida aos postos de saúde da cidade por conta de uma nova mutação do vírus da gripe H3N2, batizado de Darwin. O H3N2, por sua vez, já é uma variante do vírus Influenza tipo A. Por conta da alta demanda de pacientes com gripe, além daqueles com sintomas de covid-19, a prefeitura reativou o gripário do Pau Miúdo. O outro em funcionamento é o dos Barris. 

A atendente de telemarketing Mariana Dantas, 24 anos, chegou na unidade de Pau Miúdo às 9h e só conseguiu ser atendida às 19h30. “Tô com falta de ar, tosse e febre. Vim aqui na sexta, me passaram paracetamol, peguei atestado de dois dias, mas como ainda não melhorei, tive que voltar para pegar mais um atestado”. 

Já a camareira hospitalar Carla Paixão, 40, chegou no local às 11h, com muita febre e suando frio. “Tô sentindo isso desde domingo, trabalho na área hospitalar e não posso ir trabalhar assim. Vivo com seis pessoas e está todo mundo assim, com os mesmos sintomas”, afirmou. 

As duas mulheres ainda não tomaram a vacina contra a gripe, mas já se imunizaram contra a covid-19. 

O cabeleireiro Josué Santos, 33, estava no local de passagem, procurando uma unidade de atendimento com uma fila menor para não ter que ficar muito tempo esperando. Pelos sintomas apresentados, dor de cabeça, dor nos ossos e congestão nasal, Josué poderia ter procurado uma Unidade Básica de Saúde (UBS). É o que explica o diretor médico do gripário, Elmar Dourado. 

“As UPAs e os gripários de Pau Miúdo e dos Barris estão enfrentando grandes filas por causa das pessoas com sintomas mais leves que deveriam ter procurado uma unidade básica”, explicou o especialista. Somente os pacientes com falta de ar, dor no peito, desconforto respiratório, confusão mental, pressão baixa, sinais de desidratação e febre alta persistente devem se direcionar aos gripários, enumerou. 

A unidade de Pau Miúdo estava fechada desde 15 de outubro quando o número de internações por síndromes respiratórias havia diminuído junto com os casos graves da infecção causada pelo coronavírus. A decisão de reabrir é uma tentativa de reduzir a pressão e as filas nos Barris, única unidade desse tipo que estava em atuação. “Funcionamos na pandemia, de agosto de 2020 até outubro de 2021, mas com a redução dos casos e taxa de ocupação, desmobilizamos e deixamos só o dos Barris. Agora, no entanto, houve essa necessidade devido ao aumento da procura dos pacientes com sintomas gripais, boa parte devido ao surto de Influenza A, principalmente o subtipo H3N2. As upas já não comportavam a demanda”, afirmou Elmar Dourado.   Foto: Marina Silva/CORREIO Em menos de quatro dias, a unidade atendeu 758 pacientes: 230 no dia 17, 190 no dia 18, 159 no dia 19 e 179 até às 19h30 desta segunda-feira (20). Além disso, a ocupação dos leitos do gripário do Pau Miúdo chegou a 100% nesta segunda.

O diretor da unidade explica, no entanto, que a ocupação tem uma rotatividade muito grande. “Os pacientes internados não ficam lá por muito tempo. O paciente é estabilizado no gripário e transferido para uma unidade hospitalar, só fica ali de passagem”, destacou. 

Segundo ele, os gripários são de extrema importância pois separam os pacientes com sintomas gripais das outras patologias atendidas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). 

Diferença entre Covid-19 e Gripe**:

Influenza e Variante Ômicron da Covid-19 - Os sintomas nos dois casos  são os mesmos - congestão nasal, febre, dor no corpo, dor de garganta, tosse e fadiga. A diferença é que os sintomas da gripe, causada pelo vírus Influenza e suas variações (H1N1, H3N2, etc), desaparecem, em média, com 5 dias, se não evoluírem para síndromes respiratórias mais graves. Já os sintomas da variante Ômicron do coronavírus (Sars-Cov-2), podem perdurar por semanas e têm mais chances de piora do quadro;

Outras variantes da Covid - Nesse caso, os sintomas mais comuns são febre, tosse e fadiga, que também são comuns à gripe. Mas a diferença aí é que a perda todal do paladar e do olfato são característicos da infecção pelo coronavírus;

Mortalidade - A covid-19 tem uma taxa de mortalidade maior que a da gripe;

Prevenção - As duas doenças, gripe e covid-19, são prevenidas com distanciamento, máscara e higienização

*Com supervisão da subchefe de reportagem Monique Lôbo 

**Fonte: Ministério da Saúde (MS)