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Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2021 às 17:41
- Atualizado há 2 anos
O grupo de artistas e ambientalistas que se opõe ao leilão da Fiol enviou comunicado ao CORREIO em que reafirma o posicionamento contrário à concessão da ferrovia na região. >
Em resposta enviada à coluna satélite publicada nos dias 8 e 9 de abril, o grupo diz que a redução de poluição é irrelevante se considerados os danos ambientais que serão provocados na região.>
Veja íntegra da resposta:>
Nós, do Movimento Sul da Bahia Viva, agradecemos ao Jornal Correio pelo espaço concedido afim de exercermos o direito a resposta e esclarecimento referente a matéria: “Famosos se posicionam contra do leilão da Fiol” publicada dia 8 de Abril de 2021. >
O titulo está correto. Entretanto, vale lembrar que além dos famosos artistas, também são contra o leilão da FIOL um robusto movimento social, empresários, a academia, parte da população baiana e principalmente; a população diretamente afetada. O subtítulo “baseado em campanha fake” por si só já é objeto de reparação. A campanha não é falsa, ela existe de fato e pode ser vista nas páginas do @suldabahiaviva. Entendemos mais adiante no texto que talvez o jornalista quisesse dizer que a campanha é baseada em informação falsa ou se assemelha a informação falsa (conceito subjetivo) e neste ponto ele se equivoca. A frase por ele citada: “Uma tragédia ambiental se aproxima do Litoral Sul da Bahia. >
O leilão da FIOL pretende liberar a concessão de uma ferrovia para explorar Minério de Ferro na Região” não contém nenhuma informação falsa pois de fato a Ferrovia de Integração Oeste Leste corta grande parte das matas do sul da Bahia, e de fato está condicionada ao projeto de construção do Porto Sul e da exploração de minério de ferro em Caetité. Aparentemente, o autor da matéria entendeu que o texto se refere à exploração de minério no litoral da Bahia. O que de fato não é verídico. O termo “região” se refere a região onde se situa o projeto FIOL e que sim começa justamente na Mina Pedra de Ferro. >
Uma análise isolada sobre o assunto em questão o fez acreditar que seria possível a concessão da ferrovia sem necessariamente a construção de um porto off Shore novo no município de Ilhéus. Infelizmente um projeto está condicionado ao outro. Neste ponto ele poderia afirmar que a postagem da campanha é superficial, mas não traz informações falsas de forma alguma. A postagem é clara quando se refere ao leilão da ferrovia e não do Porto Sul. Em nenhum momento a postagem criticada pelo jornalista afirma que o leilão seria do Porto. Está bem claro: “O leilão da FIOL é uma tragédia”. Portanto, a reportagem em questão adquire um tom difamatório e se baseia em uma informação potencialmente ambígua.>
O fato da obra ter mais de 80% concluído é conhecido pelo movimento e não deslegitima o grande impacto ambiental da barragem de armazenamento de rejeitos em Caetité/Guanambi, o impacto da Ferrovia em si (sobretudo na região da Lagoa Encantada), o grande impacto social, na ictiofauna do Rio Almada e na fauna marinha. A redução de poluentes atmosféricos mencionada na matéria é irrelevante considerando o grande impacto das outorgas de utilização da água, poluição hídrica e desmatamento inerentes ao projeto. Supomos que de fato o autor da matéria acreditou que a postagem do nosso Movimento se referia a exploração de minério no litoral de Ilhéus, mas ao adentrar no material disponível da campanha e nas páginas do Movimento Sul da Bahia Viva, ele poderia facilmente ter percebido o seu equivoco. Convidamos a todos leitores a conhecer a campanha se se inteirar melhor sobre os fatos referentes a megaprojeto integrado: Mina Pedra de Ferra, FIOL e Porto Sul. Esperamos que a presente carta possa servir de reparação ao artistas e ativistas que possam ter se sentido ofendidos com a matéria dia 8 de Abril de 2021 no presente jornal. >