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Irmã do ministro atua em entidade ligada às universidades privadas
Publicado em 4 de junho de 2019 às 17:50
- Atualizado há um ano
O ministro da Economia, Paulo Guedes, se irritou nesta terça-feira, 4, com insinuações de que o contingenciamento de recursos a universidades federais beneficiaria em algum sentido a sua irmã, Elizabeth Guedes, que é vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Privadas."Não fiz nenhuma reunião com Ministério da Educação e minha irmã para falar sobre educação. Isso é desumano. Minha irmã mora aqui, eu cheguei há cinco meses e nunca sai para almoçar ou jantar com ela", afirmou, na Comissão de Finanças de Tributação (CFT) da Câmara. "Não posso fazer essa exigência a ela: de que ou eu deixo o cargo ou ela sai do País", desabafou. As falas aconteceram durante participação do ministro na reunião da Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara, onde estava para explicar a reforma da Previdência. A pergunta foi feita pela deputada baiana Alice Portugal (PCdoB).
Guedes chegou a se exaltar ao responder sobre o tema. "Vocês estão acostumados a desrespeitar respeitosamente. É uma loucura perguntar sobre a minha irmã", completou. "É absurdo isso, só existe na imaginação dos senhores", afirmou, concluindo: "Vocês andam em territórios diferentes e depois acham que todo mundo anda no mesmo território”. Essa última frase desagradou os deputados.
O Ministério da Educação teve contigenciando de R$ 5,8 bilhões por parte do governo, em tentativa de cumprir a meta fiscal deste ano, de R$ 139 bilhões. Guedes voltou a insistir que não se trata de um corte. “É contingenciamento. Não é corte, não cortou ainda. Tem vídeo do Lula explicando corte e contingenciamento porque ele precisou também. Se precisar eu mostro", provocou, em referência ao ex-presidente petista.