Guerreira Kiara: hospital veterinário assume 50% dos custos do tratamento de cadela sequestrada

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  • Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 17:48

- Atualizado há um ano

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Kiara com seu tutor, Osvaldo, e o médico da HPet, doutor Paulo Lopes (Foto: Mauro Akin Nassor) O pior já passou! A cadela Kiara, de 1 ano, está em plena recuperação. Depois que esta coluna denunciou o sequestro dela e da pitbull Princesa de dentro da casa do mecânico de automóveis Osvaldo Falcão, 28 anos, o hospital veterinário HPet, na Pituba, nos procurou para garantir que assumiria metade dos custos do tratamento da vira-lata.

Kiara provavelmente sofreu um atropelamento após ter sido deixada no meio da rua. Osvaldo acusa a própria vizinha de ter retirado as cachorras de sua casa na noite entre os dias 4 e 5 de dezembro, quando ele dormiu fora. Ele relata que, nos dias anteriores ao sequestro, teve discussões com a vizinha, que ameaçou "dar fim" nas cachorras.

Quando Osvaldo chegou pela manhã, encontrou tudo no lugar, menos a cadela. "Ela já morou no apartamento que eu estava e, dias antes, ameaçou dar fim nas cachorras", afirmou. Na tarde do dia 10, Kiara foi encontrada bastante ferida, na porta da mesma residência, na Estrada das Mangueiras. Osvaldo acredita que ela voltou sozinha porque conhecia a região.

Kiara tinha uma fratura na pata e um ferimento grande e profundo entre a lombar e a coxa. Já princesa foi localizada sã e salva por um funcionário da Estação Mussurunga e levada para a casa da mãe dele, no Cia Aeroporto. Ao encontrar Kiara, Osvaldo a levou para uma clínica veterinária no Costa Azul, onde fez os primeiros procedimentos. Estado de saúde de Kiara ainda inspira cuidados (Foto: Mauro Akin Nassor) Ao tomar conhecimento do fato, o HPet, hospital de referência no Norte e Nordeste, sugeriu que ela fosse transferida para uma de suas unidades, na Pituba, e anunciou que arcaria com 50% dos custos. Sensibilizada com o caso, uma cliente do próprio HPet se comprometeu em pagar uma diária também. "Agradeço muito a ajuda do HPet, da cliente e da coluna do CORREIO", disse Osvaldo. Diariamente, ele tem ido à unidade médica visitar Kiara. Nesta quinta-feira, a vira-lata já caminhava pelo hospital, apesar de ainda inspirar cuidados, como explicou o médico veterinário Paulo Lopes. Assista ao vídeo.

Investigações

Kiara deve receber alta nessa sexta-feira e continuará o tratamento em casa. Feliz com o retorno das suas duas filhas de quatro patas, Osvaldo agora busca providências da polícia e da Justiça. No dia 5, registrou Boletim de Ocorrência na 12ª Delegacia (Itapuã). Ao CORREIO, a Polícia Civil informou que a ocorrência foi inicialmente registrada como furto. Tanto o comunicante quanto a vizinha serão convocados a comparecer na unidade policial para prestar depoimentos, mas as datas não foram definidas até o momento. 

PL contra maus-tratos    

No sábado (10), a coluna Lugar Bom Pra Cachorro e o perfil @lugarbompracachorro no Instagram denunciaram o sequestro das cachorras. No mesmo dia, trataram sobre o caso do colombiano John Luna, que espancou e obrigou seu cachorro a comer fezes, em uma casa no bairro do Rio Vermelho. O rapaz, que continua foragido, levou o cachorro com ele e não mais foi encontrado. Na mesma coluna, abordamos sobre o caso da vira-lata pretinha, atropelada pela dona de um restaurante na Vila Caramuru, também no Rio Vermelho. A 7ª Delegacia investiga os dois casos.

Esta semana, teve também o episódio em que um morador de rua esfaqueou no pescoço o vira-lata Rambo, na Estação da Lapa. Socorrido por protetores e pela polícia, Rambo foi levado para a clínica Diagnovet, no Rio Vermelho. Todos esses casos aconteceram na mesma quinzena em que o segurança do supermercado Carrefour, em Osasco (SP), matou um cachorro na porta do estabelecimento. O crime chocou o país.

Coincidentemente, na terça-feira (11), a Câmara dos Deputados votou (e aprovou) o aumento da pena aplicada a quem cometer maus-tratos contra os animais, que prevê agravante se houver zoofilia (prática de atos sexuais com animais) ou morte. O texto segue para o Senado.

A pena atual para maus-tratos é de três meses a um ano de detenção, além de multa. Pelo texto aprovado, a punição passará a variar entre um e quatro anos de detenção, além da multa. Comete crime quem praticar ato de abuso, consistente com maus-tratos, ou mutilação de animais silvestres, domésticos, domesticados, nativos ou exóticos.  Os deputados aprovaram o texto do relator, deputado Fábio Trad (PSD-MS), que ampliou o objeto do Projeto de Lei 3141/12, do deputado Ricardo Izar (PP-SP). O texto original trata apenas do aumento de pena nos casos de zoofilia, enquanto a versão final aumentou as penas para todos os casos de maus-tratos. 

A vereadora Ana Rita Tavares, ativista dos direitos dos animais em Salvador, afirma que foi algumas vezes a Brasília cobrar o aumento da pena. Ela comemora a decisão, mas sugere que os agressores sejam submetidos a processos educativos. “Essas pessoas têm que passar por um processo de educação, como assistir vídeos, por exemplo, para se sensibilizar com a causa”.

Ana Rita diz que a luta agora é para que os animais deixem de ser tratados como “coisas”. “Existe um projeto de lei, de 2013, que retira o animal da condição de coisa, como ele é tratado no Código Civil, para a condição de sujeito de direitos. Essa é uma das nossas grandes lutas agora”