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Guia: tudo que você precisa saber sobre o Campeonato Baiano 2020


 

CORREIO elaborou especial sobre o segundo estadual mais antigo do Brasil, que começa no dia 22

  • Vinicius Nascimento

Publicado em 19/01/2020 às 05:01:00
Atualizado em 20/04/2023 às 17:52:06
. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

A próxima quarta-feira (22) marca o início da 116ª edição do Campeonato Baiano de futebol. O estadual começou a ser disputado em 1905 e é o segundo mais longevo do país, atrás do Campeonato Paulista, que teve sua edição inaugural em 1902. O primeiro campeão baiano foi o extinto Clube Internacional de Cricket, e de lá até agora vivemos 115 anos ininterruptos de bola rolando. 

O torneio já foi mais cobiçado em anos anteriores, quando as rivalidades estaduais davam o tom pelo Brasil. Entretanto, atualmente, o calendário atribulado e a maior receita oriunda das competições nacionais e internacionais fazem Bahia e Vitória, que são os dois principais times do Estado, acionarem seus times B para jogar o Baiano.

Só que a Bahia não é feita apenas por Salvador, tampouco por seus gigantes. No interior, um troféu estadual pode significar o ápice da história de um clube, caso por enquanto do Bahia de Feira, último campeão fora do eixo Ba-Vi, em 2011. Um título baiano  também é sinônimo de calendário para os times que não disputam nenhuma divisão nacional. Isso porque o torneio é classificatório para a Série D, além de dar três vagas na Copa do Nordeste (sendo duas para a dupla Ba-Vi) e três na Copa do Brasil.

Bahia e Vitória são, com sobras, os maiores vencedores da competição. O tricolor lidera com folga a contabilidade de títulos: soma 48, sendo o primeiro conquistado logo no ano de fundação, em 1931. Àquela altura, o rubro-negro, fundado em 1899, tinha dois troféus, com o primeiro datado de 1908. Hoje possui 29.

Salvador é a cidade com mais taças: 113. Os troféus são distribuídos entre 17 times: Bahia, Vitória, Ypiranga, Botafogo, Galícia, Fluminense de Salvador, São Salvador, Leônico, Guarani, Bahiano de Tênis, Associação Atlética, Internacional de Cricket, República, Sport Bahia, Atlético de Salvador, Internacional e Santos Dumont.  Bahia é o atual bicampeão baiano (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) Além da capital, só duas cidades festejaram. Feira de Santana tem três títulos: os dois do Fluminense de Feira, em 1963 e 1969, e o do Bahia de Feira em 2011. A outra felizarda é Ilhéus, que levantou sua taça pelas mãos do Colo-Colo em 2006 e quebrou uma hegemonia da dupla Ba-Vi que durava 36 edições. 

O Campeonato Baiano 2020 conta com 10 equipes, sendo que 60% lutam por um título inédito, caso de Atlético de Alagoinhas, Jacobina, Jacuipense, Juazeirense, Vitória da Conquista e do estreante Doce Mel, recém-promovido da segunda divisão. Os outros 40%, que entram na competição para repetir uma glória já conquistada são Bahia, Bahia de Feira, Fluminense de Feira e Vitória. Atual bicampeão, o Bahia está em busca de um tricampeonato que não consegue desde 1988.

Formato e tabela

Assim como nas últimas duas edições, os dez clubes vão disputar a primeira fase em pontos corridos e todos se enfrentam em turno único. Os quatro primeiros colocados avançam para a semifinal e, posteriormente, final, ambas em formato mata-mata, com partidas em ida e volta. O último é rebaixado para a Série B do ano seguinte.

Nas semifinais e na final, as equipes de melhor campanha geral têm a vantagem de fazer o jogo de volta em casa. Em caso de igualdade no saldo de gols, a decisão vai para os pênaltis.

Veterano só fez menos gols que Messi, CR7 e Ibrahimovic

O Baianão 2020 está repleto de veteranos: Nonato, Magno Alves, Marcelo Nicácio, Rafael Bastos, Danilo Rios, Kanu. Aos 44 anos, o atacante Magno Alves é o único dessa lista que nunca jogou em Bahia ou Vitória, mesmo tendo 26 anos de carreira.

E o "Magnata", contratado pelo Atlético de Alagoinhas em dezembro, carrega uma estatística que chama atenção. Com 451 gols na conta, esse baiano de Aporá, município no Nordeste do estado, é o quarto maior goleador do planeta em atividade, atrás apenas de três astros do futebol mundial: Messi, Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic. 

Outro destaque do estadual é o centroavante Nonato, ídolo do Bahia que vai jogar pelo Vitória da Conquista e também já chegou a quatro décadas de vida: tem exatamente 40. Ele retorna ao futebol baiano 12 anos depois de sua última passagem pelo tricolor, encerrada em dezembro de 2007, e está confiante no Bode.

“Diversos amigos meus que já passaram pelo Vitória da Conquista me deram boas referências, por ser um clube que cumpre suas obrigações com o atleta, e isso foi um ponto decisivo para que eu viesse para cá”, comentou Nonato em sua apresentação. O centroavante é o sétimo maior artilheiro da história do Bahia com 125 gols e já levantou a taça de campeão baiano duas vezes, em 1999 e 2001.

Há casos como o de Rafael Bastos e Danilo Rios, dupla que vai defender o Jacuipense e que tem em seus currículos passagens pelos dois grandes da capital. Marcelo Nicácio, que vai defender o Fluminense de Feira, foi revelado pelo Bahia e também teve passagem no Vitória entre 2012 e 2013. Está com 37 anos.

Danilo Rios está no Jacuipense desde 2018 e foi um dos pilares do time de Riachão na campanha do acesso para a Série C, em 2019. Aos 31 anos, o meia é o caçula nessa lista de medalhões do estadual que tem ainda o zagueiro Kanu, 35 anos e ex-Vitória, tratado pela Juazeirense como a maior contratação da história do clube.

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O Campeonato Baiano também tem seus jogadores já tradicionais, que são figurinhas certas há algumas edições. Campeão pelo Bahia de Feira em 2011, Jair vai defender o Tremendão mais uma vez. O goleiro de 39 anos foi eleito o melhor da posição no ano passado, quando a equipe de Feira de Santana acabou com o vice-campeonato. 

Quem também se destacou em 2019 e vai jogar neste ano é João Neto: o atacante foi companheiro de Jair no título de 2011 e na temporada passada foi artilheiro do estadual com oito gols marcados em 11 jogos vestindo a camisa do Atlético de Alagoinhas. Em 2020, ele vai atuar pelo Jacobina. Só o treinador de João Neto não muda: Arnaldo Lira.

Outro incansável é o zagueiro Silvio, ídolo máximo do Vitória da Conquista. O xerife do Bode está no time desde 2006, quando o clube fundado no ano anterior disputou sua primeira competição. Silvio vai para a 15ª temporada na equipe do Sudoeste. Aos 38 anos, ele fez mais de 360 partidas pelo time conquistense e marcou 32 gols.

Se os veteranos ganham espaço no interior, os dois grandes da capital apostam na juventude. Enquanto os times menores sofrem com a escassez de calendário, Bahia e Vitória passam sufoco pelo motivo oposto: o excesso de jogos, principalmente no primeiro trimestre, quando disputam, em paralelo, Baiano, Copa do Nordeste e Copa do Brasil. No caso do Bahia, ainda há o combo da Copa Sul-Americana.

Por causa disso, os rivais históricos vão utilizar suas equipes de aspirantes no estadual, com direito até a técnico específico. O Bahia será comandado por Dado Cavalcanti e o Vitória, por Agnaldo Liz. O ataque tricolor, por exemplo, terá novatos como Gustavo e Saldanha no lugar de Gilberto e Élber. Na equipe rubro-negra, chance para o meia Nickson e os atacantes Ruan Levine e Eron.

Os clubes participantes:

Atlético de AlagoinhasNome: Alagoinhas Atlético ClubeApelido/Mascote: CarcaráData de fundação: 2 de abril de 1970Títulos baianos: NenhumEstádio: Carneirão (Alagoinhas)Técnico: Paulo SalesDestaque: Magno Alves

Bahia    Nome: Esporte Clube BahiaApelido/Mascote: Esquadrão de Aço/SuperhomemData de fundação: 1º de janeiro de 1931Títulos baianos: 48Estádio: Fonte Nova (Salvador)Técnico: Dado Cavalcanti (Roger Machado é o treinador da equipe principal)Destaque: Gustavo

Bahia de FeiraNome: Associação Desportiva Bahia de FeiraApelido/Mascote: Tremendão/CangaceiroData de fundação: 2 de julho de 1947Títulos baianos: 1Estádio: Arena Cajueiro (Feira de Santana)Técnico: BarbosinhaDestaque: Jair

Doce MelNome: Doce Mel Esporte ClubeData de fundação: 1º de fevereiro de 1984Títulos baianos: NenhumEstádio: Pedro Caetano (Ipiaú) - aguarda vistoria. A estreia será no Lomanto Júnior, em Vitória da ConquistaTécnico: Luiz Carlos CruzDestaque: Marcelo Pano     Fluminense de FeiraNome: Fluminense de Feira Futebol ClubeApelido/Mascote: Touro do Sertão/TouroData de fundação: 1º de janeiro de 1941Títulos baianos: 2Estádio: Joia da Princesa (Feira de Santana)Técnico: Edu SilvaDestaque: Marcelo Nicácio

JacobinaNome: Jacobina Esporte ClubeApelido/Mascote: Jegue da ChapadaData de fundação: 1º de dezembro de 1993Títulos baianos: NenhumEstádio: José Rocha (Jacobina)Treinador: Arnaldo LiraDestaque: João Neto

JacuipenseNome: Esporte Clube JacuipenseApelido/Mascote: Leão do SisalData de fundação: 21 de abril de 1965Títulos baianos: NenhumEstádio: Valfredão (Riachão do Jacuípe)Treinador: Jonilson VelosoDestaque: Danilo Rios     JuazeirenseNome: Sociedade Desportiva JuazeirenseApelido/Mascote: Cancão de FogoData de fundação: 12 de dezembro de 2006Títulos baianos: NenhumEstádio: Adauto Moraes (Juazeiro)Treinador: Vladimir de JesusDestaque: Kanu

VitóriaNome: Esporte Clube VitóriaApelido/Mascote: Leão da Barra/LeãoData de fundação: 13 de maio de 1899Títulos baianos: 29Estádio: Barradão (Salvador)Técnico: Agnaldo Liz (Geninho é o treinador da equipe principal)Destaque: Ruan Levine     Vitória da Conquista Nome: Esporte Clube Primeiro Passo Vitória da ConquistaApelido/Mascote: BodeData de fundação: 21 de janeiro de 2005Títulos baianos: NenhumEstádio: Lomanto Júnior (Vitória da Conquista)Técnico: Elias BorgesDestaque: Nonato

*com supervisão do editor Herbem Gramacho