Guto explica escalação e vibra: 'O Bahia é mais que futebol'

Técnico analisou a vitória de virada contra o Criciúma, na Fonte Nova

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  • Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2022 às 20:48

- Atualizado há um ano

. Crédito: Felipe Oliveira / EC Bahia

Foi com muita emoção, mas o Bahia conseguiu vencer o Criciúma por 2x1, na tarde deste sábado (4), na Fonte Nova, em jogo válido pela 10ª rodada da Série B do Brasileiro. Davó garantiu a virada no 2º tempo e fez o tricolor assumir a vice-liderança da competição. Ele e Rildo, antes titulares, começaram o jogo no banco de reservas, por opção do técnico Guto Ferreira, que mudou todo o ataque. Recuperados de lesão, Rodallega e Raí Nascimento foram escalados, bem como Jacaré. Suspenso, Marco Antônio já estava fora.   

No intervalo do jogo, quando o Bahia perdia por 1x0 e tinha um jogador a menos após a expulsão de Ignácio, Guto Ferreira fez quatro modificações. Saíram Rezende, lesionado, além de Rodallega, Raí e Jacaré. Entraram Didi, Mugni, Rildo e Davó. O time melhorou, reagiu e conseguiu a virada, com gols de Davó, que recebeu assistências de Mugni e Rildo. Após o jogo, durante entrevista coletiva, o treinador tricolor tentou explicar a escalação. 

"Nós tivemos algumas situações durante a semana, nós tínhamos que valorizar o que fizemos durante os treinamentos e o que encaixou melhor durante os treinamentos. Por isso começamos daquela maneira. Sabíamos que dois dos que foram substituídos provavelmente não terminariam a partida. Ainda teve Daniel, que não treinou dois dias durante a semana. Ele teve um problema na garganta, ficou fora tomando antibiótico. Nós o colocamos dentro de campo pela importância dele, mas sabíamos que teríamos que tirar ele em algum momento. Rodallega todo mundo sabe da importância dele", afirmou Guto Ferreira.

O treinador valorizou o apoio que a torcida do Bahia deu na arquibancada. Neste sábado, 32.811 pagantes estiveram na Fonte Nova. O público geral foi de 33.345 pessoas. 

"Nós moldamos a equipe de maneira que a gente tivesse uma equipe que conseguisse agredir e marcar também. Mas não conseguimos nem agredir, nem marcar como fizemos nos treinamentos. Aí algumas coisas acontecem, você planeja e não funciona. No intervalo, com um homem a menos, tivemos que tomar algumas decisões. (...) Acho que o segundo tempo teve a cara do Bahia, com uma entrega fantástica. Se engana quem acha que jogamos com dez. Jogamos com 33.345. O que jogou a torcida do nosso lado... Agradecer ao torcedor pela festa que eles fizeram. Isso é Bahia. O Bahia é mais que futebol. O Bahia é energia pura", vibrou o treinador.

Guto saiu em defesa de Rodallega e Raí Nascimento, que foram escalados como titular após se recuperarem de lesão, e valorizou a postura do Criciúma no primeiro tempo do jogo. 

"Eles vinham treinando um pouco antes disso. Nós viajamos para Tombos, e eles já estavam treinando com o grupo. Não podemos transferir a responsabilidade do desempenho para eles e para o estado físico deles. E só tem uma maneira deles voltarem ao melhor estado físico, jogando. E acho que o resultado do primeiro tempo não entra na conta deles, não. Entra na conta do Criciúma, que soube jogar. No intervalo, nós reposicionamos e corrigimos", analisou.

O Bahia está na 2ª colocação da Série B, com 19 pontos, atrás apenas do Cruzeiro, que soma 25. O tricolor volta a campo na quarta-feira (8), às 21h30, quando recebe o Sport, na Fonte Nova

Confira outros trechos da entrevista coletiva concedida por Guto Ferreira após o triunfo contra o Criciúma:

As mudanças no intervalo do jogo "Costumo dizer que, para você ter sucesso, tem que ter coragem e arriscar. Então não foi desespero. Se fosse desespero eu manteria as principais peças em termo de nomes lá dentro. A gente pega o Danilo, que fez um partidaço, e a equipe como um todo também no segundo tempo. Todos que estiveram dentro de campo foram muito bem. O triunfo com um a menos não foi à toa. Foi fruto da entrega do time. Da coragem de mudar quatro no intervalo, de reposicionar o time. Não quero puxar brasa para minha sardinha. O principal é que quem entrou em campo e fez acontecer. A culpa de não ter jogado bem o primeiro tempo eu assumo. E os grandes responsáveis pelo segundo tempo é quem esteve dentro de campo. A gente fez nossa parte, mas a entrega deles fez com que as coisas acontecessem".

Lesão de Rezende "A lesão preocupa. Vamos analisar, ver qual a condição dele, o que realmente ele sentiu. Agora quanto à questão da equipe, tudo passa pelo que vamos ver a partir de amanhã".

Vaias no intervalo "É o que eu falei já, eu acho que o que aconteceu foi um reposiconamento da equipe. Mostramos que não tinha nada perdido, que a atitude deles podia reverter. Era um momento de ousadia, de arriscar. O sucesso só vem para quem arrisca, para quem tem coragem. Trocamos quatro e tivemos uma ótima resposta. O Mugni parecia que era cinco dentro de campo, e como ele outros. Patrick, Djalma, Rildo, Davó, Borel. Ninguém fala do Borel agora. Já são uns três ou quatro jogos que ele termina e jogando bem. Temos que ter um pouco de calma nisso tudo. Calma e perceber que futebol é isso. Futebol vai ter um dia que vamos jogar muito bem, nos impor, e vai ter dias que vamos ter lampejos muitos bons, que vamos precisar nos superar. Temos mais um jogo dentro de casa, temos que jogar muito bem e contamos mais uma vez com essa massa, com esse torcedor".

Grandeza do Bahia "Acho que quem tem uma história mais longa dentro do clube já sabe disso. Quem vivenciou o ano passado aqui também sentiu essa energia. E aqueles que estão chegando, estão cada dia mais e mais entendo. O departamento de marketing passa vídeos mostrando o que é o Bahia. Nós passamos vídeos para os jogadores mostrando o que é o Bahia. A diferença é que uma coisa é ver vídeo, e outra é sentir na pele. Eles estão sentindo na pele. Hoje foram 33 mil pessoas. Contra a Ponte já tinham sido 26 mil. Quando você sente na pele a transformação é interna. E a resposta é essa".