Guto relata desespero dentro do ônibus do Bahia durante ataque: 'Aterrorizante'

Treinador comparou situação com ataques terroristas

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  • Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2022 às 14:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Os jogadores e membros da comissão técnica do Bahia viveram momentos de terror na noite desta quinta-feira (24), quando o ônibus da delegação foi atacado por bombas ao chegar próximo à Fonte Nova, onde o clube enfrentou o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste. 

O técnico Guto Ferreira relatou o momento de pânico quando o veículo foi atingido. Durante o ataque, o goleiro Danilo Fernandes sofreu cortes no rosto e no corpo após uma das janelas ter estilhaçado. Ele foi encaminhado ao hospital, onde segue internado. Um dos ferimentos por muito pouco não atingiu o rosto do jogador. 

Matheus Bahia também foi atingido, mas teve apenas ferimentos superficiais e foi atendido ainda na Fonte Nova. 

"Dentro do ônibus estava todo mundo aterrorizado, sem entender o que estava acontecendo e à medida que o Danilo gritou que foi atingido todo mundo buscou acudir, amparar ele. Um até gritou para parar o ônibus, 'não, não para pelo amor de Deus, toca o ônibus'. Tanto que a gente seguiu sem parar o ônibus até a entrada da Fonte Nova, providenciamos contato para que quando chegássemos já estivesse toda a assistência médica. E foi algo muito rápido", contou Guto.

O treinador disse ainda que nunca havia passado por uma situação parecida e comparou o momento aos ataques terroristas praticados por grupos radicais. Pelo menos três bombas foram arremessadas contra o ônibus do Bahia. Um carro que trafegava ao lado, também foi atingido.   

"Eu nunca tinha passado por essa situação, já tinha passado por situação de quebra de vidro na final do baiano (2018), quando fomos jogar no estádio do rival, mas nada como hoje (ontem). Hoje imaginamos como são os atentados com bomba na Europa. Foi um clarão, com um estouro violento, o primeiro, no meio do ônibus. O segundo foi mais atrás do ônibus, quando os nossos jogadores foram atingidos, e o terceiro estourou um pouco atrás do ônibus. Depois eu soube que o primeiro estourou no carro ao lado do ônibus, uma terceira pessoa prejudicada. Isso foi um verdadeiro terrorismo", analisou o treinador. 

"O primeiro (explosivo) arrebentou o vidro, se o segundo entrasse no ônibus, teria sido uma verdadeira tragédia. Ou já teria sido se o estilhaço pegasse no olho do Danilo, talvez encerrasse a carreira dele. Isso tem que ficar muito claro, saímos de casa para exercer o nosso trabalho, com muito amor, amor ao clube", completou. 

A Polícia Civil está investigando a autoria do crime. Imagens de câmeras instaladas na região da Avenida Bonocô vão ser utilizadas para identificar os suspeitos.