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Hemoba e PM fazem campanha por doação de sangue; veja onde doar


 

No ano passado os policiais doaram 694 bolsas na primeira semana da ação

  • Gil Santos

Publicado em 13/04/2021 às 16:14:00
Atualizado em 22/04/2023 às 04:36:04
. Crédito: Foto: Arisson Marinho/ CORREIO

A estudante do ensino médio Ana Luísa Silva, 16 anos, estava ansiosa na manhã desta terça-feira (13). É que pela primeira vez ela doou sangue, e mesmo tendo passado a vida ouvindo o pai dela, o bombeiro aposentado Antônio Carlos Silva, contar como é o procedimento, ela ficou nervosa. A vontade de ajudar o próximo fez a adolescente superar até mesmo o medo de agulha.

“Sempre quis ajudar as pessoas de alguma forma e hoje em dia muita gente não tem empatia pelo próximo. É o mínimo que estou fazendo para ajudar quem precisa, é uma pequena parte do que podemos fazer. As pessoas precisam ser mais solidárias”, disse.

Ana Luísa e Antônio Carlos atenderam a um pedido da campanha “Doe uma gota de carinho”, uma parceria entre a Fundação Hemoba e a Polícia Militar da Bahia. Antônio Carlos foi policial militar por 12 anos antes de entrar para a equipe dos bombeiros e contou que o exemplo fez a diferença. “Ela sempre me viu doar e pediu para ser doadora também, como um presente de aniversário. Eu fiquei orgulhoso”, disse. Subtenente Alan Santos faz duas doações por ano (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) A campanha começou nesta terça-feira (13), na Vila Policial Militar do Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, onde um ônibus de coleta foi instalado e ficará até sexta-feira (16), das 8h às 17h. A pequena Ana Beatriz, 7, acompanhou o pai e a irmã na doação e está decidida. “Essa é uma ação muito boa porque ajuda as pessoas, e a gente tem que ajudar as pessoas. Também quero doar”, disse, provocando risos.

Policiais e sociedade civil podem fazer a doação, e também estão sendo realizadas coletas de sangue e cadastros de doadores de medula no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Após a primeira semana no CAB, a campanha segue acontecendo até o dia 13 de maio nas unidades fixas de coleta da Hemoba do estado.

Solidariedade A diretora de Hemoterapia do Hemoba, Rivania Andrade, contou que a pandemia derrubou o número de doações e que o estoque está 10% abaixo do esperado para abril. Alguns tipos sanguíneos estão regulares, mas O Negativo está crítico.

“Como houve a diminuição das cirurgias eletivas e mais críticas, conseguimos ter um respiro, mas além do sangue existem as plaquetas que têm validade de apenas cinco dias. Os pacientes que fazem quimioterapia, transplante e pessoas com covid em estado mais grave estão tendo distúrbio de coagulação e precisando de transfusão de plaquetas, por isso que o abastecimento tem que ser diário”, disse.   Rivania Andrade pediu ajuda da população para melhorar o estoque (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Andrade contou que 85% da população tem o tipo sanguíneo A ou O Positivo. Em 2020, os policiais mobilizaram todos os batalhões da Bahia, e só na primeira semana de campanha foram 694 bolsas doadas. O representante da Diretoria de Polícia Comunitária e de Direitos Humanos (DPCDH) da PM, ten cel Antônio Cesar, disse que a meta é superar essa marca.

“Conseguimos no ano passado o ineditismo de inaugurar essa campanha e ela foi bem acolhida pela tropa. Este ano conseguimos planejar com mais antecedência. O movimento acontece tanto na capital como em nossas unidades no interior do estado”, afirmou.

O major Nilson Campos Bastos e o subtentente Alan Santos foram os primeiros a fazer a doação. Os dois são doadores há anos e Bastos disse que a ação é uma satisfação. “É um ato de responsabilidade e cidadania. Nós vivemos em sociedade e temos que pensar no próximo. Doar sangue é um ato de respeito, amor e de carinho”, disse. Major Bastos foi um dos primeiros a fazer doação no posto do CAB (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Pandemia Antes de fazer a doação o doador precisa responder algumas perguntas. Quem teve contato com alguém que teve a covid, ou a suspeita do contágio, precisa aguardar 15 dias para fazer o procedimento. Já quem teve a doença fica inapto por 30 dias contatos a partir do diagnóstico.

Quem tomou a vacina da Coronavac, do Instituto Butantan, precisa aguardar 48 horas para fazer a doação. Para o imunizante de Oxford, da Fiocruz, é preciso aguardar sete dias. É possível fazer a doação entre 16 e 69 anos, sendo que menores de idade precisam da autorização dos pais e maiores de 60 anos só podem doar se tiverem histórico de doações anteriores.

É importante estar alimentado, pesar mais de 50 kg, e ter dormido pelo menos 6h. É preciso evitar bebida alcoólica 12h antes da doação, alimentos gordurosos 4h antes, e não fumar nas 2h que antecedem o ato. Os doadores precisam informar também se têm alguma doença infecciosa, se usam algum tipo de medicamento e precisam fazer um teste de hemoglobina para saber se tem algum tipo de anemia.

O sangue doado também passa por exames como HIV, sífilis, chagas, hepatite B e C, entre outros. Uma bolsa de sangue pode durar de 35 a 42 dias. Uso de máscara e documento de identificação são obrigatórios.

No interior As doações podem ser realizadas em um dos 24 pontos de coleta da Hemoba, localizados nos municípios de Feira de Santana, Camaçari, Eunápolis, Barreiras, Recôncavo da Bahia, Alagoinhas, Vitória da Conquista e outras regiões do estado. Os voluntários são atendidos por ordem de chegada, sem agendamento prévio, ou pelo Hora Marcada através do telefone de cada unidade de acordo com sua região. 

Em Salvador, os atendimentos são realizados por ordem de chegada ou por agendamento através do telefone (71) 3116-5643, do e-mail horamarcada@hemoba.ba.gov.br  ou através do site da Hemoba. 

Confira locais de doação de sangue em Salvador:

Vila Militar no CAB; Sede da Hemoba, ao lado do HGE; Salvador Shopping; Shopping Salvador Norte; Obras Sociais Irmã Dulce (Osid); Hospital do Subúrbio;