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Carmen Vasconcelos
Publicado em 12 de julho de 2020 às 21:40
- Atualizado há 2 anos
Uma transmissão para arrecadar fundos para a manutenção dos projetos sociais do Ilê Aiyê, levar entretenimento, além de promover reflexões sobre o movimento antirracista. Essa foi a proposta da primeira live realizada pelo bloco afro Ilê Aiyê, nesse domingo (12). As doações foram para ajudar a Escola Mãe Hilda, Band’erê e os cursos profissionalizantes, que já ajudaram mais de 10 mil crianças e jovens de Salvador, em mais de duas décadas.>
A iniciativa, batizada de Ilê Vivo, que chegou a contar com mais 8 mil pessoas assistindo, contou com apresentação do poeta James Martins e da personagem Koanza Auandê, interpretada por Sulivã Bispo.>
Ao longo das duas horas e meia de show, além das canções que popularizaram o mais belo dos belos no Brasil e no mundo, houve a participação de outros artistas, como o rapper Emicida, Daniela Mercury, Tiaganá Santana, Carlinhos Brown, Lazzo Matumbi, além dos depoimentos emocionados de associados, como o diretor Elísio Lopes Júnior e da jornalista Maíra Azevedo, a Tia Má. A live serviu para matar um pouco da saudade do público, que aproveitou a oportunidade para dançar e cantar as canções que se tornaram hinos da cultura negra (Foto: Reprodução/YouTube) Para Emicida, por exemplo, a importância do Ilê extrapola os limites de Salvador e ganha representatividade no mundo por representar o orgulho da ancestralidade e da identidade negra. “O Ilê gerou muita força e mandou toda essa força para o coração de vários de nós, no planeta inteiro e quem sabe até no Universo”, disse.>
Elísio Lopes Júnior fez questão de afirmar que a live do Ilê era tão especial porque ouvir a batida do Ilê "ajuda a reorganizar as batidas do coração", ajuda a entender a própria história, entra no ritmo e organiza os pensamentos. A cantora Daniela Mercury conclamou o público a contribuir, a apoiar o Ilê a ajudar tanta gente. “Estou atrás do Ilê desde 1989 por admirar tanto a música, a cultura e todas as ideias de luta contra o racismo e toda forma de discriminação”, pontuou.>
Assista à transmissão:>
A medida que o show acontecia, o participantes deixavam comentários de admiração e saudade de escutar canções como Depois que o Ilê Passar, O Mais Belo dos Belos, Separatismo Não, e Deusa do Ébano, executadas pela Band’Aiyê e pelos músicos Mario Pam (percussionista e maestro), Kehinde Boa Morte, Helder Show e pelos vocalistas Iana Marucha e Juarez Mesquita, todos formados dentro do Ilê. A Band’erê também fez uma participação especial, evidenciando a importância da formação musical na comunidade. A banda aproveitou para refazer a trajetória musical do bloco afro considerado o mais belo dos belos (Foto: Reprodução/Youtube) A live contou com a produção e a direção de Chico Kertész e um repertório dividido por temáticas, como a fundação do bloco, a trajetória do afro, o papel transformador na valorização da imagem e autoestima da mulher negra. Vale salientar que as doações seguirão ao longo da semana e os interessados podem fazer isso através do link: https://ileaiye.org.br/ilevivo. >