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Homem confessa que agrediu congolês em quiosque no Rio: 'Não queria tirar a vida'

Funcionário do quiosque diz que "teme pela vida"; dono foi ouvido

  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2022 às 15:14

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Reprodução

Um homem se apresentou à Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmando ter agredido o congolês Moïse Kambamgabe, no Rio de Janeiro. Ele foi espancado até a morte no final de janeiro em um quiosque na Barra da Tijuca, onde foi cobrar duas diárias atrasadas.

Segundo O Globo, o homem, que não teve nome informado, se apresentou na 34ª Delegacia (Bangu) e foi levado para a Delegacia de Homicídios, que investiga o caso. O homem afirmou que não queria matar Moïse e, por isso, não teriam batido na cabeça da vítima. Disse ainda que "teme pela vida". Ele é um dos funcionários do quiosque.

Moïse cobrava R$ 200 por duas diárias não pagas de trabalho no quiosque Tropicália. O caso é acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

O dono do quiosque será ouvido ainda hoje - ele chegou na delegacia por volta das 14h. Advogados do estabelecimento foram pela manhã à unidade, mas não quiseram falar com a imprensa.

Agressões As câmeras do quiosque gravaram as agressões, que duraram cerca de 15 minutos, segundo os familiares. Testemunhas dizem que cinco homens atacaram o rapaz, usando taco de beisebol e pedaços de madeira. Ele foi encontrado horas depois, amarrado, abandonado em uma escada. 

Yannick Kamanda, primo da vítima, diz que viu a gravação, que mostra Moïse indo reclamar com o gerente. Ele conta que o primo foi recuando quando o gerente pegou um pedaço de madeira e só depois pegou uma cadeira dobrada para se defender. "Ele não chegou a atacar ninguém. O gerente chamou uma galera que estava na frente do quiosque. Até então tinha só um sentado", diz. 

A partir daí, outros homens partiram para cima de Moïse, batendo nele com madeira. Um outro homem usou uma corda para amarrar as mãos e pés dele, passando ainda a corda pelo pescoço. "Ficou amarrado no mata-leão, apanhando. Tomando soco e taco de beisebol nas costelas. Até ele desmaiar", relata.

Mesmo depois do episódio de violência, o dia de trabalho continuou, com Moïse caído no chão. "Eles foram embora e ficou só o gerente do quiosque. E ele deitado no chão, como se nada estivesse acontecendo. Trabalhando, atendendo cliente. E o corpo lá”.

A família só soube do crime quase 12h depois, já na manhã de terça. “Meu filho cresceu aqui, estudou aqui. Todos os amigos dele são brasileiros. Mas hoje é vergonha. Morreu no Brasil. Quero justiça”, disse ao G1 Ivana Lay, mãe do rapaz.

O corpo de Moïse foi sepultado no Cemitério de Irajá no domingo (30), em meio a protestos.

O congolês veio para o Brasil com a família em 2014, como refugiado. “Uma pessoa de outro país que veio no seu país para ser acolhido. E vocês vão matá-lo porque ele pediu o salário dele? Porque ele disse: ‘Estão me devendo’?”, diz Chadrac Kembiulu, primo do rapaz.