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Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2022 às 15:08
O homem acusado de gravar uma aluna de cursinho no prédio Iguatemi Business & Flat no último sábado (29) já foi indiciado por crime semelhante contra uma então estudante da Ufba, no ano de 2015. Na época, ele disse em depoimento à polícia que entrava nos banheiros da Escola Politécnica da Federação, e costumava observar mulheres.>
O suspeito também alegou ter problemas psicológicos, de acordo com o Termo Circunstanciado de Ocorrência do crime. A vítima na época desistiu do processo após um ano. Hoje, ele é acusado também de gravar uma garota sem autorização, no que a Polícia o enquadrou pelo Artigo 216 B do Código Penal, o de gravar sem autorização conteúdo com cena de nudez com pena de 6 meses a 1 ano reclusão, por ser de menor potencial ofensivo.>
Devido ao histórico, no entanto, a advogada da atual vítima, Márcia Martins, pretende enviar uma petição ao delegado da 16ª DP e uma notícia ao Ministério Público para pedir que o crime seja transformado em importunação sexual, com pena máxima de 5 anos.>
"Pelo crime do artigo 216 B, não vai haver uma investigação. Essa não é a primeira vez que isso acontece, uma vez que no celular dele conseguimos ver pelo menos 15 vídeos gravados de outras mulheres. A polícia baiana está mais uma vez deixando esse indivíduo solto", comenta.>
O homem foi preso no sábado (29), e solto no mesmo dia. Apesar de já ter dado depoimento, a advogada da vítima ainda não teve acesso às novas declarações. A Polícia Civil confirmou que ele deve responder pelo artigo 216-B e que o celular do suspeito foi recolhido para perícia >
No TCO de 2015 consta que a aluna relatou que o homem entrou no banheiro e a observou pela parte interior da porta, e quando ela percebeu, ele saiu andando normalmente em direção ao banheiro masculino. Na época, Emerson disse que trabalhava na Drogaria São Paulo como auxiliar de balanço.>
Martins explica ainda que na época não houve comprovação de que ele tinha problemas psicológicos, mas caso isso se comprove ser verdadeiro, o processo é pausado e ele teria que ser encaminhado para tratamento. O caso foi encaminhado ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).>
O CORREIO não conseguiu contato com a defesa do acusado.>
Relembre o caso>
Segundo conta Martins, a aluna estava no banheiro, quando viu o homem encontrar, e acreditou tratar-se de um engano. Ela só percebeu algo de estranho quando notou os pés dele na cabine ao lado, através da abertura embaixo.>
"Quando ela olhou para cima, deu de cara com o celular. Ela saiu, acusou ele, que correu dizendo que não tinha feito nada, e foi quando as meninas do cursinho apareceram e conseguiram deter ele na frente do Capemi, com a ajuda de dois garis. Os seguranças do Capemi ajudaram a mantê-lo preso até a chegada da polícia", relata a advogada.>
A defesa da jovem ainda não sabe, no entanto, se o homem é um frequentador do condomínio, e se as outras vítimas filmadas por ele foram no mesmo local.>