Ideias do Agenda Bahia serão aproveitadas no Plano de Resiliência de Salvador

Público do evento partiu para a prática em oficinas e workshops

  • D
  • Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 06:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos de Arisson Marinho/CORREIO

Em Salvador são geradas por dia três mil toneladas de resíduos sólidos. Parte desse material poderia ser reaproveitada, reutilizada ou até mesmo reciclada, mas acaba indo parar no lixo. Num futuro próximo, essa realidade pode ser outra. É que, durante o workshop Economia Circular - Ecossistemas para as Cidades do Futuro, que integrou a programação do seminário Sustentabilidade do Agora, do Fórum Agenda Bahia 2018, dez grupos lançaram propostas para mudar a lógica de produção, consumo e transformação de resíduos na capital baiana. Parte dessas ideias será incorporada ao Plano de Resiliência de Salvador, que tem previsão de ser lançado em dezembro.

Além da economia circular, temas como privacidade e segurança de dados e negócios sociais também foram alvo de oficinas e workshops realizadas no evento, que também abrigou a primeira mentoria do Desafio de Inovação Acelere[se], programa do CORREIO e da Rede+ para fortalecer oito startups baianas.

Capitaneado por Adriana Campelo, diretora de Resiliência da prefeitura de Salvador e Chief Resilience Officer - CRO da iniciativa 100 Resilient Cities (100 Cidades Resilientes) da Fundação Rockefeller, o workshop de economia circular contou com a participação de seis palestrantes e teve inscrições esgotadas - foram 77 participantes.

Adriana ressaltou que economia circular não é um termo novo. Desde 1960 já se fala sobre o que fazer com os resíduos, mas até hoje se busca soluções. “A gente quer ouvir o que as pessoas querem para a cidade. Estamos discutindo a economia circular na perspectiva da resiliência. Pra sermos sustentáveis é preciso pensar no social, no ecológico e no econômico. É preciso mudar essa cadeia de linear para circular”, ressaltou.

 Articuladora de Justa Moda, coletivo de profissionais por uma moda sustentável, Ana Fernanda Souza considerou que foi um debate riquíssimo. “Progrediu muito na direção de pensar que a responsabilidade não depende só de pessoas, mas de políticas públicas. Se a política é de cima para baixo, ela é autoritária. Se é de baixo pra cima, é sacrifício. Tem que haver um meio termo”, disse.

Negócios são soluções

Não importa o tamanho da empresa. Qualquer uma delas, por maior ou menor que seja, pode não só fazer a diferença nas comunidades em que estão inseridas como podem também resolver diretamente os problemas dessas comunidades. A partir dessa ideia, a oficina Yunus: Como criar negócio social através da sua empresa envolveu a plateia em um exercício que busca revolucionar o mundo dos negócios e, assim, transformar o mundo.

O primeiro passo para que isso ocorra é “olhar para fora dos muros das empresas”, disse Túlio Notini, membro da Yunus Negócios Sociais, que ministrou a oficina. Ao observar com atenção os problemas das comunidades, essas empresas podem se tornar agentes transformadores. “Negócios são excelentes formas de resolver problemas”, disse Túlio. Com tabelas e organogramas, a Yunus apresentou um método para que uma empresa  transforme seu negócio em um negócio social. Fernanda Vaqueiro, Rafael Corbi e Ana Paula Moraes participam de painel sobre segurança e proteção de dados (foto: Arisson Marinho) Segurança e privacidade

Como os dados pessoais fornecidos na internet são utilizados pelas empresas? Eles têm proteção? O tema da privacidade e segurança foi abordado em duas palestras durante o seminário Sustentabilidade do Agora.

A gerente de Segurança de Inteligência de Rede e MSS da Oi, Fernanda Vaqueiro, destacou que as informações disponibilizadas estão, cada vez mais, sendo conectadas por empresas. “É muito importante que a segurança seja implantada em cada  elemento para que seja garantida a disponibilidade, integridade e confidencialidade de todas essas informações”, explicou.

Outra conferencista, a advogada especialista em Direito Digital Ana Paula de Moraes, disse que a lei de proteção de dados deve alterar a forma como empresas, pessoas e governos pensam e tratam dados. “As pessoas terão maior transparência e esperamos que tenham maior prudência na utilização desses dados”.

Quando dados abrem portas

 Já oficina Dados Abertos e Cidadania mostrou do que o cidadão comum é capaz quando tem acesso à informação. Sob comando do editor de inovação do CORREIO, Juan Torres, a prática apontou maneiras de se ter acesso a dados que parecem distantes, como os salários dos funcionários de um órgão público ou como os deputados andam gastando o nosso dinheiro. Gerente de projetos da Escola de Dados, Juan acredita que, aliada à cidadania, a abertura de dados públicos pode transformar a sociedade.

“Nossa função como cidadão é ir abrindo essas portas aos poucos até que estejam escancaradas”, disse, sobre as ferramentas que existem para busca de informações. Otimista, ele diz que a maioria dos dados ainda não está aberta por falta de conhecimento técnico. “O que a gente mais ouve desses órgãos nas nossas palestras é: ‘Como eu abro meus dados’”.

Desafio Acelere[se]

A primeira mentoria do programa Acelere[se] ocorreu durante o seminário Sustentabilidade do Agora. As empresas ConstruCode, Closet, Evex Evento Experience, Me Ajuda Limpeza, Mosquito Zero, N2 Soluções, Onde Toca e QR Point se apresentaram em um “pitch” - apresentação geral - de seus negócios e do estágio em que eles se encontram.

Cada uma teve cinco minutos. Durante esse tempo, representantes das empresas emergentes, seis de Salvador, uma de Lauro de Freitas e uma de Feira de Santana, mostraram seus modelos de negócios e cenários de desenvolvimento para a Rede+ e os mentores.

Ao final, receberam as primeiras dicas e impressões desses tutores, que também deram sugestões de melhorias. O programa funcionará durante 12 semanas, que serão registradas em uma websérie no site do CORREIO.

O Fórum Agenda Bahia 2018 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Revita e Oi, e apoio institucional da Prefeitura de Salvador, Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Fundação Rockefeller e Rede Bahia.