Incentivo à Indústria 4.0 no Brasil estimula projetos de automação

A era digital é um dos temas do Fórum Agenda Bahia 2018

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  • Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2018 às 21:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

A meta do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) é que 15% das empresas brasileiras possam ser conceituadas como Indústria 4.0 em até oito anos. Para estimular a quarta revolução industrial no Brasil, o governo federal lançou, no primeiro semestre deste ano, um pacote de incentivos à modernização do parque fabril nacional, no montante de R$ 8,6 bilhões. De acordo com o ministro Marcos Jorge, este tipo de incentivo, que vai financiar o investimento de empresas em tecnologia, já é utilizado em países como Alemanha, Estados Unidos, China e Portugal.

O conceito de Indústria 4.0 envolve diversas tecnologias, como inteligência artificial e internet das coisas – temas que estarão em discussão no Fórum Agenda Bahia 2018 -, e pressupõe a automação das plantas industriais através de sistemas totalmente integrados, o que aumenta a eficiência da produção e diminui falhas, além de economizar recursos e reduzir custos. 

A Alemanha, citada pelo ministro, já tem bons exemplos de Indústria 4.0, como o estádio que recebeu a final da Copa do Mundo de 2006, que é totalmente operado por apenas dois funcionários. 

Não se trata de uma façanha, mas de tecnologia de ponta: o estádio Olympiastadion, em Berlim, com capacidade para mais de 74 mil espectadores, tem todos os seus sistemas, como iluminação, ar condicionado, abertura e fechamento de portões, entre outros, automatizados e integrados. 

No Brasil, projetos de grande escala para automação e entendimento dos dados para a indústria estão começando a chegar com força. A Stone Age, especialista em soluções de negócios com tecnologia de ponta, acaba de atuar em um projeto para uma grande indústria do setor petroquímico.

Ao longo dos últimos anos, os equipamentos industriais foram ganhando sensores que geram uma quantidade significativa de dados sobre sua utilização, como temperatura de operação, consumo de energia, trepidação, entre diversas outras informações. Porém, esses dados eram vistos de forma pontual, permitindo fazer apenas algumas correlações. A Stone Age utilizou algumas das mais robustas ferramentas de Big Data e técnicas de modelagem para criar um sistema que pudesse armazenar e prover acesso a todos estes dados, possibilitando o cruzamento de informações para detectar milhares de correlações entre diversas variáveis

“A solução entregue consegue analisar os dados de todo o processo, ao longo da linha do tempo disponibilizada, avaliando cada equipamento de acordo com suas principais características. Dessa forma, pudemos descobrir, por exemplo, que um determinado comportamento de um equipamento hoje, pode indicar a propensão a uma falha daqui a cinco meses, por exemplo”, explica Fernando Guimarães, sócio-diretor da Stone Age.

Em três meses, a Stone Age construiu cinco modelos preditivos, ou seja, funções que correlacionam causas e efeitos, de dois equipamentos distintos. O objetivo é prever falhas no processo de produção, possibilitando a manutenção preditiva das máquinas.

 “Em vez de parar os equipamentos em períodos programados para revisar seus componentes, será possível acompanhar seu uso e prever quando exatamente será necessário realizar uma parada para manutenção”, afirma Fernando Guimarães.

Fórum Agenda Bahia 2018

O tema central da nona edição do Fórum Agenda Bahia – Para o Futuro, Humanize-se – propõe o debate entre a interação da inteligência humana com a linguagem das máquinas. A ideia é que os eventos deste ano apontem caminhos para que as cidades e as pessoas aproveitem o melhor da revolução tecnológica, mostrando como é possível combinar humanos e inteligência artificial para promover o bem-estar social.

O primeiro evento do fórum, o seminário Sustentabilidade do Agora, acontece no dia 8 de agosto, das 8h30 às 17h30, na sede da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), no Stiep. Com entrada gratuita, o evento terá palestras, painéis e oficinas sobre negócios sociais, dados abertos, resiliência urbana e economia circular. 

Outro evento que integra a programação de 2018 do fórum é o Desafio de Inovação Acelere[se], que vai oferecer um programa gratuito de aceleração para oito startups baianas. O programa vai durar 12 semanas – de 03 de agosto a 07 de novembro – e oferecerá mentorias especializadas, capacitações e contato com investidores em potencial para as participantes.

O fórum foi criado em 2010 para promover discussões sobre inovação, competitividade, qualificação e sustentabilidade, que resultam em um arsenal de boas ideias para o desenvolvimento sustentável da Bahia. Nas oito edições anteriores, recebeu 8,5 mil pessoas que participaram de 235 atividades entre palestras, painéis e oficinas. 

O Fórum Agenda Bahia 2018 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Revita e Oi, apoio institucional da Prefeitura de Salvador, Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Fundação Rockefeller e Rede Bahia.