Índio fará seu primeiro jogo na Fonte Nova após o Ba-Vi do 6x5

Há quase 12 anos, ex-atacante marcou quatro gols em um clássico

  • Foto do(a) author(a) Vinicius Nascimento
  • Vinicius Nascimento

Publicado em 13 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO

O nome Antônio Rogério Silva Oliveira significa pouco no imaginário baiano, mas pertence a uma das figuras mais importantes de um dos maiores clássicos do país: o Ba-Vi. Substitua a formalidade pelo apelido Índio e aí as emoções começam a florescer na cabeças dos torcedores do Vitória - e por tabela, do Bahia.

Quarto maior artilheiro do Barradão, com 34 gols, foi na Fonte Nova que Índio fez sua apresentação mais marcante da carreira. Talvez até da história do clássico. Após 12 anos, o ex-atacante segue com boas memórias daquele 22 de abril de 2007, dia em que o Vitória venceu o Bahia por 6x5 diante de 61.807 torcedores.

Naquele dia mágico para os rubro-negros, quem saiu na frente foi o Bahia com gol de Danilo Rios logo aos 4 minutos de jogo. O Vitória chegou à primeira virada com Jackson e Índio, mas ainda no primeiro tempo o tricolor tomou a frente do placar com Fausto e, novamente, Danilo Rios: 3x2.

No dia em que se comemora o Descobrimento do Brasil, Índio estava com as flechas afiadíssimas e pontaria impecável. Com 6 minutos do segundo tempo, ele deu novos números iguais ao placar e ainda viu Apodi consumar a terceira virada da partida antes de fazer o seu hat-trick e deixar o jogo no 5x3. Àquela altura, a atuação do cearense de Itatira já merecia entrar na história, mas o Bahia de Arturzinho não se deu por vencido.  Índio está com 37 anos e pendurou as chuteiras em 2018 (Foto: Acervo pessoal) Depois do cronômetro superar os 40 minutos, o tricolor conseguiu um empate-relâmpago graças a Fábio Saci, aos 42, e Rafael Bastos, aos 45. É isso mesmo: com 45 minutos, o jogo estava em 5x5 e ainda tinha mais.

Aquele Ba-Vi valia muito, apesar de ser a primeira rodada do quadrangular. Mas o próprio Índio conta que vencer o clássico era fundamental para se desgarrar do adversário mais difícil no grupo que também tinha Atlético de Alagoinhas e Poções. 

O juiz Djalma Beltrame tinha dado quatro de acréscimo e o relógio já contava 48 minutos e 25 segundos quando Índio aproveitou um buraco no meio da zaga tricolor e, de antes da meia-lua, aplicou a flechada final com um chute rasante no canto esquerdo de Paulo Musse. O número 11 da camisa do atacante indicava a quantidade de gols marcados no clássico e seis deles foram do Vitória. Quatro de Índio.“Tem aquele negócio do gol de Raudinei que deu o título pro Bahia em 1994 e toda essa coisa do Bahia marcar gols no final. Sinto que eu pude descontar nos acréscimos e virar essa mística para o Vitória”, comenta o herói daquela tarde, agora com 37 anos. “Foi muito marcante. Até hoje sonho com aquele jogo e, quando me perguntam, fico meio sem saber o que dizer”, confessa o artilheiro.O tempo lhe deu um bônus: aquele foi o último Ba-Vi disputado na antiga Fonte Nova, já que em novembro de 2007 aconteceu a tragédia que ceifou a vida de sete torcedores na queda de parte da arquibancada do anel superior.

Desde então, nunca mais Índio jogou na Fonte Nova. Ele até foi convidado para a reabertura da praça esportiva em abril de 2013, mas não chegou a atuar. Também passou pelo Jacuipense naquele ano e defendeu o Vitória da Conquista em 2014, mas seguiu sem conhecer a Fonte já em formato de arena. Caricatura de Índio está eternizada no muro do Barradão desde 2012 (Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO) A espera chegará ao fim um dia após o aniversário de 12 anos do Ba-Vi do 6x5. Isso porque Índio será um dos ex-atletas a entrar em campo no Baba das Antigas, amistoso promovido pelo Correio que reunirá ex-craques de Bahia e Vitória, no dia 23.

O convite reativou memórias. “Eu estou até treinando, viu? Treinando a flechada, fazendo um (treino) físico, batendo uns babinhas porque eu estava quase enferrujado. Estou melhorando. Pode esperar que Índio vai chegar fininho e vai dar um calor. Mas vamos ver o que vai acontecer”, comenta o goleador, que se aposentou no ano passado. O último clube foi o Conquista, na segunda divisão do Campeonato Baiano.

Além de Índio, vários ídolos vão desfilar talento no gramado da Fonte Nova. Um deles é Baiaco, heptacampeão baiano pelo Bahia (1973-1979), que aos 70 anos continua incansável. Junto com eles, feras como Jorge Wagner, Paulo Isidoro, Nadson, Uéslei, Bebeto Campos, Marcelo Ramos, Fernando, Rodrigo, Jean, Emerson, Hugo, Emo, João Marcelo, Flávio Tanajura e tantos outros.

Além do show de bola, a noite vai ter apresentação do É O Tchan e outras atrações. O ingresso será um exemplar do CORREIO do dia do jogo. Assinantes terão acesso com o Clube Correio (impresso ou digital). Os portões serão abertos às 17h e a bola vai rolar às 19h. A entrada será feita pelo portão Sul - Dique do Tororó.

O Baba das Antigas integra as comemorações dos 40 anos do jornal Correio, que ao longo de 2019 apresentará mais novidades para nossos leitores. O evento tem apoio da Associação de Garantia ao Atleta Profissional da Bahia (Agap-BA), Esporte Clube Bahia, Esporte Clube Vitória, Federação Bahiana de Futebol (FBF) e Itaipava Arena Fonte Nova. O projeto Correio 40 anos tem oferecimento do Bradesco, patrocínio do Hapvida e Sotero Ambiental e apoio de Vinci Airports, SENAI, Salvador Shopping, Unijorge, Claro, Itaipava Arena Fonte Nova, Sebrae e Santa Casa da Bahia.