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Do Estúdio
Publicado em 25 de maio de 2022 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
A retomada do crescimento da indústria traz importantes perspectivas de curto, médio e longo prazo. Esta é a expectativa da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). De acordo com o superintendente da entidade, Vladson Menezes, a indústria de transformação deve crescer acima de 10% na Bahia esse ano. “Em 2022, no máximo até o início de 2023, temos um período que aponta para uma perspectiva de retomada do crescimento. Falando em oportunidades, para o que a gente produz e exporta hoje, temos boas condições portuárias. Além disso, outra expectativa positiva são os vários protocolos de intenção de investimentos realizados na Bahia. Boa parte em energias renováveis, o que é uma tendência”, analisa. >
Chama atenção também a atração de recursos para a mineração, além de outros investimentos previstos na química, petroquímica, no setor metalúrgico, siderúrgico e também na produção de minerais não-metálicos. “Se olharmos para o refino, por exemplo, temos a Acelen, que comprou a refinaria lá de Mataripe. A unidade já vem reproduzindo mais do que produzia há um ano. Em 2022 já existe um crescimento. O refino de petróleo cresceu de janeiro a março, no 1º trimestre, 21% em relação ao mesmo período do ano passado, o que mostra aí essa retomada. Já o setor de produtos químicos cresceu 8% nesse mesmo período”. >
Desafios Até mesmo a produção de alimentos também apresenta algum crescimento. Setores como celulose e a indústria de plásticos se mostram mais estáveis.“Se pegarmos esses setores que representam mais de 70% da indústria de transformação, vamos encontrar um desempenho razoável. Isso quer dizer que, se no ano passado a indústria de transformação baiana caiu, esse ano ela deve sim crescer”, aponta o superintendente da Fieb, Vladson Menezes. Outros setores como a agroindústria e energias renováveis chegam com um desempenho a mais para fortalecer a indústria baiana como um todo, conforme complementa Menezes. Porém, ele ressalta que, para que essas oportunidades sejam aproveitadas, é preciso avançar na infraestrutura e na oferta de políticas públicas que favoreçam o ambiente de atração de novos investimentos. >
“Em primeiro lugar, há uma necessidade de melhorar e muito a estrutura ferroviária baiana, sobretudo, para escoar a produção de minérios e da agroindústria. Existe aí a discussão da renovação da Ferrovia Centro Atlântica. Isso precisa ser condicionado a um conjunto de investimentos que tragam um melhor uso para a ferrovia, que hoje tem uma série de problemas operacionais”. >
Outro gargalo que precisa ser vencido está na conclusão dos demais trechos da Fiol. “A gente precisa, além desse trecho 1, também do Porto Sul efetivamente construído, em operação, e de mais outros trechos de ferrovia da integração Oeste Leste. São aspectos que precisam ser abordados se a gente quer a Bahia mais competitiva”. >
O diretor industrial da Braskem na Bahia, Carlos Alfano, concorda que, apesar da perspectiva de expansão, a indústria baiana ainda tem desafios significativos a enfrentar. “Temos insumos caros, desde matéria-prima a energia, além de custos tributários e de infraestrutura logística. Esta realidade impacta nossa competitividade frente a países como EUA e China, que se destacam pelos menores custos, grandes escalas e políticas de desenvolvimento. Porém, continuamos investindo na modernização das plantas e em inovação que nos permita oferecer produtos mais competitivos”, considera Alfano. >
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