Indústria Forte: Pandemia acelera demanda por conectividade

Empresas baianas investem para se adaptar

  • D
  • Do Estúdio

Publicado em 25 de maio de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: @pontodevistadrones

Tecnologia é a palavra de ordem para a indústria na atualidade. Os investimentos em chatbots, automação e sotfwares de gerenciamento estão entre as principais ferramentas que vêm sendo adotadas por empresas do setor para aprimorar o atendimento ao cliente, otimizar processos e alavancar a produção. Na Bahia já é possível encontrar iniciativas nos mais variados níveis de maturidade, e os aportes não param de chegar para adaptar a rotina industrial à nova lógica de conectividade do setor. 

Ao longo dos anos, a indústria baiana tem contato com o suporte oferecido pelo Senai Cimatec, unidade de ensino ligada à Federação das Indústrias do Estado da Bahia, que nasceu para atuar como referência quando o assunto é tecnologia e inovação no setor industrial. Para o diretor de operações da instituição, Luís Alberto Breda, desde o início da pandemia, o número de projetos cresceu, mostrando que as empresas querem avançar cada vez mais rápido nesta direção.“Uma das principais tendências é a substituição de processos presenciais. Através do avanço da modelagem matemática é possível fazer testes e simulações com excelentes resultados. As empresas estão antenadas, porém para que a tecnologia atenda às expectativas é preciso investimento e organização”, afirma Luís Alberto Breda. Quando o assunto é investimento e organização, uma das empresas que se destaca no cenário baiano é a Wilson Sons, operadora de serviços portuários, marítimos e logísticos que já investiu mais de R$ 27 milhões em tecnologia empregada em equipamentos e sistemas para o Tecon Salvador. De acordo com o diretor executivo da unidade, Demir Lourenço, o Tecon foi o primeiro terminal do Norte e Nordeste a desenvolver uma plataforma digital para atendimento ao cliente, fato que assegurou fluxo das informações entre as áreas, acessibilidade e otimização na resolução das demandas.  Luís Alberto Breda, diretor de operações do Senai Cimatec (Foto: Arquivo / Sistema Fieb). A Wilson Sons também buscou investir na segurança dos navios através de um software que realiza previsões das condições de mar e tempo para o terminal com 7 dias de antecedência e mais de 95% de acuracidade. Com a ferramenta, o terminal proporciona um ganho de eficiência anual de US$ 6 milhões por rota. Já através de leitura biométrica e OCR (reconhecimento ótico de caracteres), a empresa conseguiu facilitar a liberação dos caminhões de transporte de cargas, rastreamento digital dos tratores de pátio para a remoção do contêiner e otimização do movimento da carga no pátio com auxílio das pontes rolantes sobre rodas, os RTGs elétricos. 

Estruturação  Ao contrário do que muita gente pensa, obter sucesso através dos investimentos em tecnologia depende de um planejamento macro e ações estruturais que habilitem a equipe e toda cadeia de suprimentos a responder à agilidade das novas ferramentas tecnológicas, é o que aponta Luís Breda. “Não adianta aportar dinheiro em tecnologia se a cadeia não estiver preparada para a automatização. Antes é preciso parar, redesenhar os processos e depois aplicar as ferramentas”, explica. “No Cimatec temos buscado uma forma bastante didática para ajudar as empresas a implantar esses novos modelos”, completa. 

Com um histórico de investimentos contínuos em novas tecnologias para otimizar as operações, a Tronox buscou, ao longo dos seus 50 anos de história na Bahia, desenvolver práticas de segurança, desempenho ambiental, tecnologia de processo, TI, programas de capacitação das equipes, programas de promoção à saúde física e mental dos empregados, relacionamento com as comunidades, melhoria e diferenciação do produto, governança e em muitos outros aspectos. Agora, frente às novas demandas de mercado, a fábrica de pigmento de Dióxido de Titânio anunciou o aporte de R$ 137 milhões em projetos voltados principalmente para modernização e automação da planta e gestão ambiental. 

Competitividade  Para Breda, a nova lógica de conectividade que tem permeado os setores de comércio e serviços também vem modificando o panorama da indústria através da “uberização”. Ele afirma que repensar os modelos de produção é fundamental para manter a competitividade, já que a competição entre as empresas deixou de ser local para se tornar global. “Hoje a concorrência não está mais na indústria, a competição é mundial. Por isso é importante utilizar as ferramentas tecnológicas como forma de agregar valor ao produto que está sendo oferecido. Esse é um processo que nenhuma empresa terá como escapar”, diz. 

No caso da Unipar, fabricante de cloro, soda e derivados para usos industriais, o principal avanço tecnológico tem sido a diversificação da matriz energética através da construção e operação de parque eólico nos municípios baianos de Tucano, Biritinga e Araci. A empresa informou que a conclusão das obras, que foram iniciadas este ano, está prevista para o segundo semestre de 2022, com inauguração programada para o início de 2023, quando o parque de geração eólica terá capacidade instalada de 155 megawatts (MW).

O investimento robusto na geração de energia renovável, avaliado em mais de R$ 620 milhões, chega para reforçar os compromissos da Unipar com a sustentabilidade e o desenvolvimento local, que trará empregos, renda e pagamento de tributos ao estado da Bahia. 

O Indústria Forte é uma realização do Correio, com o patrocínio da CF Refrigeração, Jotagê Engenharia, Unipar, Tronox, Bracell, o apoio da AJL Locadora, Wilson Sons, Sotero Ambiental, Larco, SINDIMIBA e o apoio institucional da FIEB e Prefeitura de Camaçari.

O Estúdio Correio produz conteúdo sob medida para marcas, em diferentes plataformas.

Assinantura Estudio Correio
O Estúdio Correio produz conteúdo sob medida para marcas, em diferentes plataformas.