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Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2022 às 13:19
Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 1,53% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Considerando todos os meses do ano, foi a maior inflação na RM Salvador desde janeiro de 2016, quando o IPCA havia ficado em 1,69%. Levando em conta apenas os meses de março, o índice é o maior em 11 anos, desde 2011 (1,98%).>
O indicador também aumentou mais do que no mês anterior, depois de três desacelerações seguidas - havia sido de 1,04% em dezembro, 0,86% em janeiro e 0,83% em fevereiro. >
Apesar de elevado, o IPCA na Região Metropolitana de Salvador ficou abaixo do nacional, que foi de 1,62%, o maior para um mês de março desde antes do Plano Real, em 1994, e foi apenas o 9o mais elevado entre as 16 áreas pesquisadas separadamente. A inflação de março ficou mais alta na RM Curitiba/PR (2,40%) e nos municípios de Goiânia/GO (2,10%) e São Luís/MA (2,06%). Por outro lado, os índices mais baixos foram registrados em Rio Branco/AC (1,35%), Brasília/DF (1,41%) e Aracaju/SE (1,43%).>
Com o resultado de março, o IPCA na RM Salvador acumula alta de 3,26% no primeiro trimestre de 2022. Está ligeiramente acima do índice nacional (3,20%) e é o 8º mais elevado entre os 16 locais investigados. Nos 12 meses encerrados em março, a inflação na RM Salvador chega a 12,13%, frente a 11,33% em fevereiro.>
No Brasil como um todo, o IPCA acumula alta de 11,30% nos 12 meses encerrados em março, com 14 das 16 áreas mantendo inflação igual ou maior que 10,00%. O quadro a seguir mostra o IPCA para Brasil e áreas pesquisadas, no mês, no ano e nos 12 meses encerrados em março de 2022.>
Aumentos nos preços dos transportes e alimentos puxam inflação em março>
Em março, a inflação oficial na Região Metropolitana de Salvador (1,53%) foi resultado de aumentos nos preços médios em oito dos nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA. Os três maiores aumentos e as três maiores pressões de alta no custo de vida da RMS vieram, respectivamente, dos transportes (3,48%), alimentação e bebidas (1,89%) e habitação (1,46%).>
Esses são também os três grupos de despesas mais importantes nos orçamentos das famílias. Os combustíveis em geral (7,18%) foram os que mais puxaram o IPCA dos transportes para cima. A gasolina (6,74%) exerceu a maior pressão inflacionária individual em março, na RM Salvador, e o diesel (14,10%) teve a quinta maior contribuição de alta.>
A gasolina é o subitem de maior peso no IPCA da RMS e já acumula alta de 28,78% nos 12 meses encerrados em março. Já os alimentos (1,89%) tiveram o maior aumento mensal desde novembro de 2020 (2,11%), puxados por itens consumidos em casa (2,20%) como o pão francês (6,23%), a cenoura (33,91%) e o óleo de soja (15,60%). Os aumentos disseminados entre os alimentos ocorreram por uma série de fatores, principalmente climáticos, mas também relacionados ao custo do frete.>
“O aumento nos preços dos combustíveis acaba refletindo em outros produtos, entre eles os alimentos”, analisa Pedro Kislanov, gerente do IPCA. Outra alta bastante importante em março, na RM Salvador, foi a do gás de botijão (5,18%), que exerceu a segunda principal pressão inflacionária individual no mês e ajudou a puxar o grupo habitação para cima, ao lado da energia elétrica (2,06%). O grupo artigos de residência (-0,02%) foi o único a ter uma variação negativa nos preços em março, na RMS. Foi influenciado por quedas em aparelhos eletroeletrônicos (-1,19%) como televisores (-3,33%) e computadores pessoais (-1,46%). Deflações em subitens importantes, como o frango em pedaços (-5,15%) e plano de saúde (-0,70%), também ajudaram a evitar um aumento ainda maior do IPCA em março.>
Na Região Metropolitana de Salvador, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com menores rendimentos (até 5 salários mínimos), ficou em 1,66% em março. Apresentou movimento semelhante ao do IPCA, retomando uma trajetória de aceleração, só que ainda mais intensa. O índice na RMS foi menor do que registrado no país como um todo (1,71%), sendo o 8º entre as 16 áreas pesquisadas. No primeiro trimestre de 2022, o INPC acumula alta de 3,49% na RMS e, no acumulado nos 12 meses terminados em março, chega a 12,80%. Em ambos os casos está acima dos índices nacionais (3,42% e 11,73%, respectivamente) e também mais alto do que o IPCA da RM Salvador (3,26% e 12,13%).>