Inovação é chave para impulsionar mineração e contribuir com ambiente seguro

A ideia é gerar o menor impacto possível, impulsionando a atividade sem colocar vidas em risco

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  • Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

Você já parou para pensar a dimensão da presença da mineração no nosso dia a dia? Para a realização de obras, por exemplo, são utilizados diversos produtos oriundos da atividade, como areia, brita, manganês, aço, ferro e a própria água.

Com um grande  impacto na vida das pessoas, a indústria de mineração está em busca de inovações para ser mais responsável e sustentável. A ideia é gerar o menor impacto possível, impulsionando a atividade e construindo uma experiência segura, ambientalmente correta e exitosa comercialmente.

A necessidade de sustentabilidade e inovação na indústria  integra os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) firmados em setembro de 2015 por líderes mundiais para pôr o mundo em um caminho sustentável.

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) destaca o consumo de energia e de água, a logística, o impacto ambiental e a gestão de barragens de rejeitos como diretamente favorecidos pelas ações de inovação do setor.Na prática Uma das ações, por exemplo, seria a adoção de drones para o mapeamento de locais com difícil acesso, medida que já está em vigor no estado da Bahia. A empresa TeslaGEO, que nasceu em 2016 no estado, faz consultoria  e oferece novas tecnologias para o mapeamento na mineração. Os proprietários da empresa, os geólogos Ramon Martins, de 29 anos, e João Gabriel Lessa, de 26 anos, estavam presentes no Fórum Internacional de Sustentabilidade na Mineração, que ocorreu na última semana em Salvador. 

“A gente já está aplicando uma tecnologia nova que é o drone. Com ele  conseguimos melhorar a visibilidade e resolução das fotos aéreas. As fotos por satélite têm uma resolução de 30 metros quando do drone conseguimos de 1,2 metros. O topógrafo, que demorava de três a quatro dias para mapear um terreno de 30 hectares, agora consegue em um período de  30 a 40 minutos”, contou Martins. 

A empresa também trabalha com um sensor que identifica os tipos de minerais presentes no solo. As tecnologias utilizadas reduzem tempo, custo, impacto ambiental e logística. Os drones facilitam, por exemplo, o acesso à áreas inóspitas, e reduzem a supressão de vegetação para abertura de estradas.

Métodos Para além das inovações de equipamentos, métodos e tecnologias, o sócio-fundador da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, Valter Pieracciani, defende que a saída para a inovação é  ter mais conexões entre startups e empresas, empresas e governos, além de universidades e governo.

 “O ecossistema é a nova estrutura do tecido empresarial. Não é mais pirâmide, são redes, e é isso que a gente está envolvido. A mineração também é meio ambiente,  sustentabilidade de comunidades. Essa fronteira do setor está mudando. Nós devemos acelerar a inovação”, explicou Valter Pieracciani.

A integração entre empresas, governo e instituições de ciência e tecnologia é considerado a parte mais difícil para o pesquisador do IF Baiano, Aguinaldo Freire. O desafio é que todos os setores consigam atuar de maneira convergente.

É aí que entra o modelo MAGIA proposto por Walter Pieracciani (ao lado), que seria uma forma de integração entre as partes para a inovação.

O engenheiro químico e professor da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Luiz Rogério Lima, defendeu que deve haver um alinhamento na tecnologia das indústrias à nível mundial.

“O tratamento de rejeitos é uma inovação para algumas indústrias, por exemplo. Existem problemas que não têm solução à nível mundial e existem algumas empresas que atacam esses problemas, então aí cabe o termo inovação”, defendeu. 

O I Fórum Internacional de Sustentabilidade na Mineração é uma iniciativa da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e da Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), com o apoio do CORREIO, que tem como patrocinadores a Companhia Vale do Paramirim, Bahia Mineração (Bamin), Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais (Sindimiba) e a Vanádio de Maracás S/A.