Inquérito que apura ataque ao ônibus do Bahia é prorrogado pela terceira vez

De acordo com a Polícia Civil, um novo delegado cuida do caso

Publicado em 27 de maio de 2022 às 17:58

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Reprodução

A Polícia Civil prorrogou pela terceira vez o inquérito que apura o ataque ao ônibus do Bahia, que aconteceu em fevereiro. A partir de agora, o órgão tem mais 30 dias para concluir as investigações. 

De acordo com a Polícia Civil, um novo delegado está responsável pelo caso. Antes, a delegada Francineide Moura estava comandando as investigações. Os suspeitos foram identificados e prestaram depoimento, mas até o momento ninguém foi preso. 

"Prorrogado para a realização de novas diligências. O prazo não é definitivo neste caso. A 6ª Delegacia Territorial, que apura o caso, tem agora como titular o delegado Marcelo Tannus. A delegada Francineide Moura, que estava na 6ª DT na época do ataque, agora responde pela Polinter", explicou a polícia em nota. 

O ataque ao ônibus do Bahia aconteceu no dia 24 de fevereiro, quando a delegação passava pela avenida Bonocô, rumo à Fonte Nova, para o jogo contra o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste.

O goleiro Danilo Fernandes e o lateral Matheus Bahia foram atingidos por estilhaços. Danilo sofreu cortes, nas pernas, braços, pescoço e rosto. O jogador ficou internado e precisou passar por um procedimento no olho. 

Investigação De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos foram identificados como membros da torcida organizada Bamor. Entre eles está o presidente do grupo, Half Silva. O carro de Half foi utilizado na ação. O veículo passou por perícia que comprovou a existência de resíduos de explosivos. 

Half Silva, no entanto, alega que não participou da ação. Ele diz que no dia do crime estava em Feira de Santana acompanhando  jogo entre Coritiba e Bahia de Feira, pela Copa do Brasil. O carro, segundo Half, teria sido deixado na sede da Bamor e foi utilizado sem autorização. 

Apesar de ter identificado todos os suspeitos, ninguém foi preso até o momento. Cinco acusados chegaram a prestar depoimento e passaram por processo de acareação. De acordo com a delegada Francineide Moura, responsável pelas investigações, o crime vai ser enquadrado como tentativa de homicídio. 

No início de abril, a Bamor foi suspensa por seis meses. O grupo está impedido de entrar nos estádios com faixas e instrumentos musicais. A punição ocorreu após pedido da Polícia Militar ao Ministério Público. 

Câmeras de segurança flagraram o momento em que o ônibus com a delegação do Bahia foi alvo de bombas. Segundo a investigação, os suspeitos chegaram no local - na Avenida Bonocô -, por volta das 17h40 e permaneceram até 20h. 

A defesa dos suspeitos alega que eles estavam indo para um baba e decidiram recepcionar o ônibus do clube. A versão foi descartada pela Polícia Civil. 

"Eles começam a se reunir na sede da Bamor e depois vão para esse local sob a alegação de que iriam buscar um outro parceiro que iria participar de um baba, o que não tem nada a ver, ninguém vai ficar ali duas horas esperando. Não temos dúvidas nenhuma que foi premeditado, eles estavam ali esperando o ônibus do Bahia", afirma Francineide Moura.