Instituições baianas se unem pela reestruturação do Museu Casa de Ruy Barbosa

A um ano do centenário de morte do jurista baiano, comissão organizadora da agenda comemorativa faz primeira visita ao local

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  • Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2022 às 17:01

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Fabio Marconi

Há 99 anos a morte de Ruy Barbosa era anunciada oficialmente no Senado Federal, câmara onde ele passou 32 dos seus 55 anos de vida pública. Neste dia 1° de março, instituições que integram o colegiado responsável pela programação da agenda “Ruy, 100 anos depois” farão sua primeira visita ao Museu Casa de Ruy Barbosa. O ato simbólico, que ocorre a um ano do centenário da morte do jurista e jornalista, foi convocado pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI) e representa a união das entidades para a restauração do imóvel e preservação do legado de Ruy. 

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A partir das 9h, além da ABI, estarão no equipamento cultural, representando a comissão organizadora da celebração da data, membros da Academia de Letras da Bahia (ALB), do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), da Câmara Municipal de Salvador (CMS) e da Associação Comercial da Bahia (ACB). 

Um dos objetivos da comissão era reinaugurar o Museu em 1º de março de 2023, exatamente no dia em que a morte de Ruy Barbosa completará 100 anos. Mas a meta foi comprometida porque a ABI precisou entrar com um ação de reintegração de posse movida contra o Grupo Yduqs Educacional, responsável pela antiga Faculdade Ruy Barbosa – atual Centro Universitário UniRuy. Com o atraso na entrega das chaves à ABI, é pouco provável que a entidade consiga recuperar os danos ao imóvel e aos acervos, ainda em tempo de abrir as portas na data programada. Em outras duas ações judiciais, a ABI busca a reparação pelos prejuízos materiais objetivos causados ao Museu e pelos danos morais que o fizeram figurar na imprensa como “museu de portas fechadas”.

A reunião da próxima terça-feira será o primeiro ato público depois do anúncio do projeto, feito em dezembro passado. Para o jornalista Ernesto Marques, presidente da ABI, isso representa uma nova fase. “Até aqui temos trabalhado na organização da programação de eventos e publicações, além da revitalização da Rua Ruy Barbosa. Depois da reintegração de posse, é hora de mobilizar empresas, instituições públicas e privadas”, afirma. 

O dirigente quer resgatar a atuação coletiva que fez surgir o Museu a partir da arrecadação de dinheiro e de acervos. “Vamos reeditar a façanha dos que conseguiram se mobilizar em torno da ABI, na década de 1940, para construir este Museu. Saberemos honrar este esforço para devolver um equipamento cultural precioso para a Bahia e, especificamente, para o Centro Antigo de Salvador. Venceremos!”, antecipa Marques. 

De acordo com o professor Edvaldo Brito, representante da CMS e da ALB e presidente da Comissão Executiva do Colegiado para o Centenário, a verdadeira importância do ato é atuar pela preservação da memória do jurista. “Ruy Barbosa é a maior expressão intelectual da Bahia e do Brasil. Reverenciar a sua memória é, também, oferecer o seu exemplo, como estímulo, às novas gerações. Esse é o significado maior de tudo o que estamos fazendo”, ressalta o professor.