Intermarítima conquista nova área para contêineres no Porto de Salvador

Com lance de R$ 32 milhões, operadora baiana supera outras duas concorrentes

  • Foto do(a) author(a) Donaldson Gomes
  • Donaldson Gomes

Publicado em 13 de agosto de 2021 às 20:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/Codeba

A operadora portuária baiana Intermarítima arrematou nesta sexta-feira (13) a área do Porto de Salvador que foi leiloada pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) na B3, a principal bolsa de valores do Brasil. Para arrematar a área, que poderá ser usada para movimentar cargas gerais, contêineres e as chamadas cargas de projeto, que possuem dimensões acima do convencional no mercado, a empresa ofereceu um lance de R$ 32 milhões. O volume de recursos corresponde a dois terços de toda a despesa operacional da Codeba em um ano, de acordo com o Ministério da Infraestrutura. 

Além do valor pago como outorga, o espaço com 16,7 mil metros quadrados deve receber um volume de investimentos de R$ 17,7 milhões. Numa demonstração do potencial da área, a concessão foi disputada também por outros dois grupos, entre eles o Wilson Sons, que já opera o Terminal de Contêineres do Porto de Salvador (Tecon). 

Esta licitação abriu a temporada de leilões do Governo Federal no segundo semestre. Entre as áreas ofertadas estavam também o Porto de Mucuripe, no Ceará, arrematado pelo Tergran - Terminal de Grãos de Fortaleza; e o Porto de Santana, no Amapá, arrematado pela  Caramuri Alimentos. As três concessões devem viabilizar um volume total de investimentos de R$ 106,6 milhões. No Ceará, a principal atividade será a movimentação de grãos, em especial de trigo, enquanto o terminal amapaense tem por vocação a movimentação de farelo de soja.

O ministro Tarcísio Freitas acredita que os arrendamentos irão ajudar no desenvolvimento das regiões que receberão os investimentos privados. "Esse terminal de contêineres vai integrar definitivamente os contêineres ao Porto de Salvador", comemorou o ministro Tarcísio Freitas ao analisar o leilão. "Com estes leilões chegamos a 70 desde o início desde governo", disse. 

"A gente fica extremamente feliz pela disputa porque significa que tem gente acreditando no Brasil. Outorga vai resolver dois terços das despesas da Codeba", completou o ministro. 

O diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, falou sobre a importância dos leilões para o reforço da infraestrutura brasileira. "Essas disputas mostram o sucesso do programa de arrendamentos do governo federal", avalia. Segundo ele, o setor portuário vem crescendo quase o dobro do conjunto da economia brasileira. "Realizamos nove leilões e estaremos realizando mais nove leilões ainda este ano", avisou. 

Diretor-presidente da Intermarítima Portos e Logística, Roberto Zitelmann de Oliva ressaltou a experiência de mercado da empresa. "Nosso objetivo com este terminal é continuar oferecendo operações logísticas eficientes para contêineres e cargas de projetos, principalmente no que diz respeito à energia eólica", destacou. 

A Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba) explicou que o leilão da área foi feito em um formato de arrendamento simplificado. "É uma inovação nos leilões do setor portuário”, explicou a companhia em nota.  Outra característica apresentada do modelo é a celeridade no trâmite, desde o mapeamento e qualificação da área, até a assinatura do contrato. O prazo contratual previsto para esse leilão é de 10 anos. 

O diretor-presidente da Codeba, Carlos Autran Amaral, afirma que a realização de mais este leilão ratifica o papel de destaque do programa de arrendamentos portuários. “Oferecer possibilidades para o setor privado investir em áreas portuárias significa atrair recursos e dotar o setor de mais infraestrutura, garantindo modernização e ainda mais eficiência para as instalações”, afirmou.