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Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Precisamos falar, brincar, cantar com as crianças, e isso vai muito além de apenas interagir com elas, é necessário entendê-las e analisar o seu desenvolvimento como pessoa, desde os seus primeiros dias de vida. Por isso, nesta data, 24 de agosto, Dia da Infância, criado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância com a finalidade de promover uma reflexão sobre as condições de vida das crianças de todo o mundo, é necessário promovermos o debate pela intensificação de políticas públicas, a fim de fortalecer programas sociais de acompanhamento às famílias.
Assim como o Programa Primeiro Passo, da Prefeitura de Salvador, tem feito pelas crianças soteropolitanas. O programa, inclusive, é referência internacional no incentivo socioeconômico para as famílias que mais precisam de atenção. É imprescindível provocar o entendimento da importância da infância para estruturação de uma sociedade melhor para todos nós e a esperança de futuro com mais equidade.
Isso inclui levar a compreensão que o envolvimento do ciclo familiar na educação, durante a primeira infância, é primordial para o aperfeiçoamento cognitivo da criança. Um exemplo disto é um projeto piloto na Jamaica, onde o trabalho realizado pelos próprios pais, em centros de saúde, teve resultados 20 anos depois, mostrando que o acompanhamento deles desenvolveu crianças com QI mais alto, assim como evidentes melhorias na matemática, linguagem e escolarização completa, gerando baixo índice de depressão, atividades delitivas, além de maiores e melhores resultados no mercado de trabalho.
Outras iniciativas como essa também tiveram resultados positivos no Peru e na Colômbia. Desta forma, chegamos na compreensão de que tudo que acontece neste período da vida, desde o nascimento até os cinco anos de idade, é o alicerce fundamental para uma existência saudável, já que nos adaptamos com extrema facilidade ao ambiente em que vivemos e isso sobrevém desde a primeira infância.
Assim, as comunidades em que essas crianças estão inseridas as afetam diretamente, muitas vezes a situação de pobreza, que condiciona a maior exposição à violência e demais fatores, pode ocasionar a ausência de experiências positivas, responsáveis por desencadear uma série de problemas sociais tão evidentes na sociedade atual. Torna-se então indispensável um investimento socioeconômico contínuo em famílias em situação de vulnerabilidade. Ganhos comprovados pela ciência não nos deixam dúvidas do quanto precisamos fazer mais pelas crianças e a primeira infância.
Esta é apenas uma parte do conhecimento adquirido no curso Liderança Executiva no Desenvolvimento da Primeira Infância, do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), do Instituto de Estudo e Pesquisa (Insper), parceiro da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. De lá, eu trouxe uma bagagem cheia de esperança e comprometimento para dar continuidade a um trabalho coletivo, unindo todas as vertentes, como saúde, social, educação, para que, com muito esforço e dedicação, possamos construir um futuro melhor para nossa cidade e a nossa nação.
Rogéria Santos é secretária de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude de Salvador
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores