Assine

Ítalo Ferreira vence Gabriel Medina e é campeão mundial de surfe


 

Potiguar derrotou o compatriota nas ondas de Pipeline, no Havaí

  • Da Redação

Publicado em 19/12/2019 às 22:52:00
Atualizado em 20/04/2023 às 15:35:07
. Crédito: Kelly Cestarii/ WSL/ Divulgação

O Nordeste, enfim, tem um campeão do mundo de surfe. Natural de Baía Formosa, cidade do interior do Rio Grande do Norte, distante 97 km da capital Natal, o brasileiro Ítalo Ferreira conquistou o título do Circuito Mundial após vencer, nesta quinta-feira (19), a etapa disputada nas ondas de Pipeline, no Havaí. Na decisão, ele derrotou o compatriota Gabriel Medina por 15.56 a 12.94

Essa foi só a quarta vez na história que o Brasil teve um campeão mundial de surfe. Em 2014, Medina ganhou o troféu e repetiu a dose no ano passado. Quem também já venceu foi Adriano de Souza, o Mineirinho, que conquistou a taça em 2015. "É o meu sonho, o sonho de toda a minha vida! Eu dediquei toda a minha vida para chegar neste momento. Meu tio e a minha avó morreram recentemente e eu dedico a eles. Eu não posso acreditar!", disse Ítalo logo depois da final, emocionado. 

Antes da disputa da etapa de Pipeline, Ítalo liderava na temporada com 51.070 pontos. A diferença para Gabriel Medina, com 50.007, era pequena. Por isso, quem chegasse na frente do outro teria o prazer de levantar o caneco. E os dois não deixaram barato e surfaram muito até se encontrarem na decisão. Na semi, Ítalo passou por Kelly Slater, 47 anos, 11 vezes vencedor do circuito. Já Medina eliminou o também americano Griffin Colapinto. 

Vale lembrar que Ítalo Ferreira e Gabriel Medina serão os representantes do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 entre os homens. As mulheres serão Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb, que já haviam se garantido como as duas melhores do Brasil no circuito. 

Polêmica nas oitavas

A vitória de Gabriel Medina sobre Caio Ibelli nas oitavas de final teve uma polêmica enorme no final da bateria. Medina cometeu uma interferência na última onda, faltando poucos segundos para acabar, como estratégia, e impediu o rival de pegar a onda e tentar virar a disputa.

“Cometi a interferência e deu certo, apenas fiz o jogo”, avisou Medina, que ganhou por 4,23 a 1,13. A ação do brasileiro repercutiu mal, apesar de fazer parte do regulamento. Quando um surfista comete interferência, ele perde a nota daquela onda e uma segunda nota da bateria.

Caio Ibelli, por sua vez, lamentou a interferência proposital e contou que ela foi premeditada. “Eu estava lá e vi o padrasto dele (Charles) falando para bloquear. Eu não entendi muito bem, mas depois veio a interferência. Isso mostra o tipo de competidor que é. Se precisar jogar sujo, ele joga”, reclamou o surfista, irritado.

De fato, Charles Saldanha, técnico e padrasto de Medina, foi flagrado pelas câmeras orientando o surfista para interferir na onda do rival. “Pode rabear (sic) ele”, afirmou repetidas vezes o treinador. Em seguida, a transmissão de televisão mostra o surfista fazendo sinal de que compreendeu a orientação.

Esse episódio foi a continuação de outro semelhante, ocorrido na etapa anterior, em Portugal, quando os dois disputaram a mesma bateria e Medina cometeu interferência em Ibelli. Na ocasião, Medina foi eliminado da disputa em Peniche.