Já pensou em casar num iate?

Embarcação Loirinha V foi palco de todo tipo de evento em Salvador no final dos anos 1970

Publicado em 2 de fevereiro de 2020 às 04:30

- Atualizado há um ano

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Loirinha V, em tempos áureos, tinha tripulação de 15 pessoas e agenda cheia (Foto: Arquivo CORREIO) Casar na igreja? Congresso em hotel? Baile carnavalesco em casa de show? Que nada! No final dos anos 1970, era alta moda em Salvador fazer todo tipo de evento em um iate. Mas não qualquer iate. A embarcação mais badalada da Baía de Todos os Santos atendia pelo nome de Loirinha V.

O iate foi comprado em 1977 pelo empresário paulista Waldemar Iaquinto, e testemunhou de tudo: bailes de debutantes, casamentos, congressos médicos, convenções de empresários e até passeios escolares e eventos de blocos carnavalescos. Nos tempos áureos - como mostra a foto acima, do Arquivo CORREIO -, chegou a ter tripulação de 15 pessoas e agenda cheia, sobretudo nos finais de semana e na temporada de turismo. Embarcação foi desativada em 1995 (Foto: Edson Ruiz/Arquivo CORREIO) Tudo começou justamente em 1977, quando o empresário, por recomendações médicas, decidiu fazer uma viagem pelo Nordeste, a fim de curar uma estafa. Primeiro, Iaquinto alugou a embarcação por três meses. Depois, decidiu comprá-la, na época, por US$ 1 milhão. A capacidade era de 500 pessoas.

O Loirinha V aportou em Salvador naquele final dos anos 1970 e fez muito sucesso até quase o final da década de 1980. Mas, com o passar do tempo, acabou perdendo o brilho. Em 1995, foi desativado. Iate em 1995, atracado (Foto: Edson Ruiz/Arquivo CORREIO) Em 1998, o CORREIO mostrou que a embarcação, castigada pelo tempo, seguia ancorada no Bonfim, já bastante danificada para que um conserto fosse viável. O dono chegou a oferecê-la para que fosse sede do grupo Bagunçaço. Uma empresa de mergulho também pensou em comprá-la para naufragar e transformar em um santuário de corais.

Localizamos o filho e a esposa do empresário Waldemar Iaquinto. Dona Rilami Fonseca Queiroz, esposa de Iaquinto, lembra de gaurdar uma reportagem do CORREIO com imagens do Loirinha em mais de uma época."Nós vendemos o Loirinha para um hotel que tem na Praia do Forte. Eles iam rebocar o navio para transformá-lo em pesqueiro, mas nunca soube se eles realmente transformaram", conta dona Rilami. Em 1998, iate estava tão danificado que não era mais possível consertá-lo (Foto: Paulo M. Azevedo/Arquivo CORREIO) *A curadoria das imagens desta coluna foi feita por Milton Cerqueira, funcionário do arquivo do CORREIO há 37 anos