Jean Wyllys vai processar Ratinho por espalhar fake news

Apresentador disse em seu programa que Glenn Greenwald 'comprou' o mandato do ex-deputado

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  • Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2019 às 15:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Agência Brasil/Divulgação SBT

Jean Wyllys irá processar Ratinho, do SBT, por calúnia e difamação. De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, o ex-deputado federal irá denunciar o apresentador pois, durante o programa em que entrevistou o ministro Sergio Moro, nesta terça-feira (18), Ratinho espalhou uma fake news que envolve o baiano.

Ratinho disse que o jornalista Glenn Greenwald, o responsável por vazar as conversas entre Moro e Dallagnol, comprou o mandato do ex-deputado federal para beneficiar seu marido, Davi Miranda (PSOL-RJ).

"Esse jornalista é namorado de um deputado e comprou o mandato do deputado Jean Wyllys. Tudo isso eu recebi, não sei se é fake news. Recebi! Se for verdade, é muito maior do que a gente imagina. Porque envolve outro país", disse Ratinho durante o programa.

A fake news espalhada por uma página chamada "O Pavão" atingiu os trending toppics do Twitter. De acordo com ela, um milionário russo dava uma "mesada" a Jean.

"Como disse um texto [publicado na revista Veja], 'é sordidez de Ratinho. Ele sabe que tudo não passou de uma fake news. Se não sabia, deveria saber'", diz Jean Wyllys.

"Ratinho teria sido contratado por milhões como estrela da campanha pela reforma da Previdência do governo Bolsonaro [referindo-se a notícia de que o apresentador teria recebido R$ 285 mil para participar da campanha]. O espaço conferido a Moro em seu programa não é desinteressado nem movido a interesse jornalístico, portanto", diz Wyllys.

"Tampouco o fato de ter disseminado uma evidente fake news contra mim durante a entrevista do ministro da Justiça de Bolsonaro acusado de usar o judiciário para prejudicar deliberadamente adversários políticos. Isso precisa estar claro", segue o ex-parlamentar.

"Trata-se evidentemente de abuso de poder além dos crimes de calúnia de difamação".Ele critica também o ministro Sergio Moro, que ficou calado enquanto Ratinho falava sobre a suposta compra de mandato.

"Moro ouviu a mentira e se calou porque sabe que a calúnia o beneficia. Isso não é postura de um juiz tampouco de um ministro da Justiça. Mas essa conduta de Moro está em completo acordo com o que o [site] The Intercept tem revelado dele na condução da Lava Jato", finaliza o ex-parlamentar.

A Mônica Bergamo a assessoria de Ratinho afirmou que, durante a entrevista, ele afirmou que recebeu uma fake news. E que, a partir daí, fez uma pergunta ao ministro. "Não é verdade que eu espalho fake news."

A assessoria afirma também que Ratinho não é garoto-propaganda da Previdência. Segundo ela, o governo comprou ações de merchandising no SBT, em outras emissoras e em outros programas.