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Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2022 às 10:18
Entre fevereiro e julho de 2022, o Instituto Casa de Criadores, em São Paulo, realizou o curso ‘Qual moda para qual mundo?’ para profissionais da moda. Durante sua participação, o estilista baiano João Damapejú trouxe para seu editorial a temática afro futurismo correlacionado ao trabalho de Juliana Oliveira sobre dismorfias corporais.>
Desde criança, João sempre desenhou e foi ligado às atividades artísticas. Antes de fazer faculdade de Artes Visuais, já desenhava estampas para uma grife de Salvador. “Com o passar do tempo fui fazendo outras formações, figurinos para teatro, cinema, videoclipe e desenvolvi a minha marca”, relata o estilista, enquanto descreve a participação no curso como "sensacional".>
A estética afro futurista que o estilista trouxe trata de um movimento cultural, social, político, estético e afro diaspórico, pautado na existência de um futuro preto estruturado em sua potência ancestral. Unido à estética de dismorfias, trouxe uma visão onde mostra como a roupa pode ser usada como uma armadura, uma ferramenta de resistência para libertação e ascensão, rompendo até mesmo os limites da convenção racial, de gênero e de grupos marginalizados.>
Responsável pela temática de dismorfias, a profissional Juliana Oliveira introduziu a moda em sua vida em 2016, quando trabalhava como modelo plus size. Eventualmente, se formou no curso de Moda para estudar moda conectada à política, ambiente, comportamento e contexto histórico do momento. Juliana descreve seus 6 meses no curso como divisores de águas e muito bons para ela como pessoa, como mulher, colmo designer de moda e como pesquisadora de tendências de comportamento.>
Segundo a designer, seus trabalhos se conectam no tocante à preocupação com o futuro no mundo da moda, em questões de mídias sociais, roupas digitais, metaverso, avatares e filtros. “As pessoas buscam um ideal de perfeição que acredito que não existe”, declara a designer, “Quisemos amarrar essas questões do afro futurismo para além do avatar perfeito, da pele perfeita, silhueta perfeita, cabelo perfeito, remetendo a algo futurista, com a vertente de ser um corpo que ‘não é adequado’ nesse futuro do metaverso, das mídias digitais, finaliza.>
João Damapejú integra o time de estilistas do Afro Fashion Day, projeto de moda e afroempreendedorismo do Jornal CORREIO.>
*Com supervisão da editora Gabriela Cruz.>