João de Deus é condenado a 19 anos de prisão por abuso sexual

É a primeira condenação do médium por crimes sexuais um ano após ser preso

  • D
  • Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 14:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP

O médium João de Deus foi condenado nesta quinta-feira (19) a 19 anos e quatro meses de prisão. Esta é a primeira condenação que sofrida pelas acusações de abusos sexuais contra mulheres que atendia na Casa Dom Inácio de Loyola, interior de Goiás. A decisão foi proferida pela juíza Rosângela Rodrigues, da comarca de Abadiânia (GO).

Preso há um ano, João Teixeira de Faria, 78 anos, já havia sido denunciado 11 vezes pelo Ministério Público por crimes sexuais. Apesar da quantidade de vítimas, ele nega as acusações. 

Em dois casos que responde, a acusação envolve também falsidade ideológica, corrupção de testemunha e coação.

João de Deus já havia sido denunciado e condenado em outro caso, por posse ilegal de arma. A pena foi de quatro anos em regime semiaberto, mas já foi revogada. A 13ª denúncia que pesa contra ele envolve apreensão de arma e documentos.

Até agora, mais de 300 denúncias de mulheres contra João de Deus foram recebidas pelo MP-GO. Dessas, 194 deram andamento aos processos. Nas denúncias que já foram formalmente apresentadas, somam-se 57 vítimas do médium.

O médium está detido em Aparecida de Goiânia (GO) desde dezembro do ano passado, aguardando os julgamentos que são considerados pelos promotores de Justiça goianos como o maior caso de abuso sexual registrado no país 

“Tenho certeza que é um dos maiores casos do país, talvez do planeta, no que tange a abuso sexual”, disse o promotor Luciano Miranda, coordenador da força-tarefa do MP-GO que investiga os crimes, de acordo com o portal G1.

As acusações contra João de Deus começaram no dia 7 de dezembro de 2018. Mulheres relataram no programa Conversa com Bial, da TV Globo, terem sofrido abusos sexuais dentro da Dom Inácio de Loyola, onde ele fazia os atendimentos. Logo depois, o Ministério Público de Goiás montou uma força-tarefa para receber as denúncias.