Joca Guanaes entrevista Regina Teixeira de Barros para o Segundou

Curadora falou sobre diversos temas ligados à arte

Publicado em 29 de novembro de 2021 às 20:00

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Divulgação

Para fechar novembro, o publicitário e consultor Joca Guanaes trouxe uma convidada especial para conversar com o público do Segundou, programa que apresenta às segundas-feiras no instagram do Jornal Correio e que este mês aborda temas ligados à arte brasileira: a curadora de arte Regina Teixeira de Barros."Ao longo desse mês, nos dedicamos a conhecer mais de perto como se dão as conexões no universo das artes plásticas, tema dessa temporada do Segundou. A proximidade com o centenário da Semana de Arte Moderna, que será comemorado no ano que vem, nos inspirou a criar essa série", explica Joca.A primeira convidada foi Tarsilinha do Amaral, que situou o público sobre a importância não só da Semana de 22, como do legado deixado por sua tia, Tarsila do Amaral, uma das principais representante do Brasil no mercado de arte mundial. "Na semana seguinte, trouxemos a querida Bianca Cutait, importante curadora de arte brasileira nos Estados Unidos, que nos apresentou a uma profissão ainda pouco conhecida, a de art-advisor", completa. Nessa sequência de encontros, a partir da conversa com Denise Mattar, na semana passada, o público entendeu o papel do curador de arte como elo entre os artistas, suas obras, as instituições – como galerias e museus – e o público.

Doutora em Estética e História da Arte pela USP, Regina Teixeira de Barros é especialista em arte produzida no Brasil no século 20, com diversas exposições sobre o tema realizadas, como “Tarsila e o Brasil dos Modernistas”, na Casa Fiat, em Belo Horizonte, de 2011, e “Arte Moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz”, que passou pela Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre; Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; Centro Cultural Belém, em Lisboa; Embaixada do Brasil em Roma; e o Espaço Cultural Unifor, em Fortaleza.

Junto com Aracy Amaral, assina atualmente a curadoria da exposição “Moderno quando? A Semana de 22 como motivação”, em cartaz no MAM-SP até 12 de dezembro. De acordo com a especialista, a Semana de Arte Moderna de 1922 foi um evento organizado por um pequeno grupo de elite e não nasceu importante, como muita gente acha, não foi um divisor de águas. "Ela ganhou relevância 50 anos depois, em 1972, com uma exposição no Masp", destacou.

Regina destacou na entrevista o papel da arquiteta Lina Bo Bardi como disseminadora a arte. "Ela foi fundamental por diversos motivos, entre eles ter equiparado arte popular e erudita e ter inaugurado e dirigido o Museu de Arte Moderna da Bahia, trazendo exposições importantes de artistas nacionais e estrangeiros. 

Para a curadora, não é possível englobar toda a arte produzida no país num mesmo bloco. "São muitos 'brasis', muitos núcleos de cultura diferentes, então acho complicado falar em arte brasileira", explica Regina. Sobre a curadoria de exposições, ela explica que hoje é dia é importante reunir obras de artistas plurais: "trans, afrodescendentes, indígenas... é preciso atender essas demandas hoje em dia, esse lugar de fala".

Sobre o futuro da arte, Regina acredita que seu papel será o de continuar surpreendendo, "apresentando novas possibilidades de entender o mundo. Esse é grande barato da arte", conclui.

No próximo Segundou, Joca Guanaes conversa com o artista plástico Rubem Robierb.

Confira como foi o ao vivo com Regina Teixeira de Barros.