Jovens invencíveis 2 e a vacina de consciência

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  • Da Redação

Publicado em 31 de março de 2021 às 05:32

- Atualizado há um ano

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 Um boletim elaborado recentemente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que o número de casos de covid-19 em pessoas mais jovens está aumentando. Na verdade, desde setembro de 2020, a OMS já alertava sobre o comportamento dos jovens perante a pandemia. Até escrevi um artigo sobre isso, intitulado "Jovens Invencíveis", em setembro de 2020, aqui neste jornal. 

Pois bem, nos dias de hoje, análise de dados feita pela Fiocruz, em pesquisa que se encerrou em 13 de março, mostra um aumento de 626% no número de infecções entre pessoas com idade entre 40 e 49 anos, sendo esse o maior crescimento registrado. O número de casos em pessoas com idade entre os 30 e 39 anos aumentou em 565,08%, enquanto que a quantidade de infectados também cresceu na faixa etária entre 50 e 59 anos, com um aumento de 525,93%. 

Segundo o relatório, os dados sugerem um deslocamento da pandemia para a população mais jovem. Infelizmente, um ano se passou e o comportamento, a conscientização dos jovens não evoluiu. Pelo contrário, as notícias são inúmeras e se repetem todos os dias. A exemplo de flagrantes de festas clandestinas onde jovens se aglomeram diariamente. Em um mês, 716 festas clandestinas foram encerradas apenas em SP e outras pipocam em todo o Brasil. Até baladas em cemitérios já foram registradas. 

No Instagram há perfis que denunciam com fotos e vídeos diversos flagrantes de festas e aglomerações, e o objetivo desses perfis na rede social não tem o objetivo de convidar ou comemorar os eventos, mas sim o de alertar o que está acontecendo, sempre marcando na publicação às autoridades. O que levam os jovens a esse comportamento de risco? Falta de informação? Não acredito, pois todos os noticiários do país e mídias digitais martelam esse tema diariamente. Seria a linguagem? Como dizem alguns, pois os jovens “se comunicam de forma diferente”, portanto não sabemos como acessá-los? Não creio também. O fato é que precisamos urgentemente entender esse fenômeno social. Ouvir especialistas em comportamento humano, psicólogos, psiquiatras, sociólogos, experts que possam ajudar a sociedade a decodificar esse comportamento. E descobrir como conscientizar a população mais jovem sobre a importância desse momento. 

É como se precisássemos de uma “vacina de consciência” elaborada para ser aplicada nos jovens para imunizá-los desse comportamento nefasto, que está custando muito para a sociedade, para os cofres públicos, para os profissionais de saúde, para as famílias que perderam seus entes queridos. Essa vacina pode também ser muito útil no futuro talvez não tão distante. Pois assim que chegarmos num patamar de controle da pandemia, creio que esta “tecnologia” poderá ser útil em outras situações na quais certamente precisaremos do engajamento dos jovens e de outros grupos sociais para atender outras demandas da sociedade. Aliás, temos muitas. 

Reitero aqui, que não me refiro a todos os jovens, me refiro àqueles que vem constantemente desrespeitando as orientações e recomendações da OMS, das autoridades, da sociedade como um todo, promovendo festas clandestinas, baladas, colocando em risco a si próprio e aos outros. Afinal de contas, você conhece ou soube de algum caso até hoje, no Brasil e no mundo, de baladas, paredões, festas clandestinas em cemitérios ou condomínios,  promovida por idosos, ou até velhinhos em asilos? Se isso estiver acontecendo, ai com dizia o saudoso Raul Seixas: “Para o mundo que eu quero descer!”.

Isaac Edington é presidente da Empresa Salvador Turismos Prefeitura de Salvador