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Mario Bitencourt
Publicado em 20 de dezembro de 2018 às 15:39
- Atualizado há 2 anos
Uma sessão para julgar o mandato de seis vereadores de Correntina, no Oeste da Bahia, foi suspensa nesta quinta-feira (20), após uma briga entre parlamentares, seguida de um quebra-quebra no plenário do Legislativo local. O episódio não deixou feridos, mas danificou 12 dos 13 microfones disponíveis para os parlamentares, além de quatro vidros de mesa e uma mesa quebrados.>
Nesta quinta-feira (20) seria julgada a denúncia que pede a cassação do mandato dos envolvidos na Operação Último Tango, realizada pelo advogado Valter Rocha Souza, morador de Correntina, com base nas investigações do MP-BA. Mas, de acordo com testemunhas, o encontro já começou tumultuado, com a presença dos vereadores Wil, Jean da Guarda e Miltão dando palavras de ordem no plenário e gerando confusão.>
A operação aconteceu no dia 26 de outubro do ano passado, em conjunto com a Polícia Civil, para combater um esquema de corrupção na cidade.>
Na sessão, comandada pelo presidente interino Ebraim Silva Moreira (MPB), o vereador Wil partiu para cima do relator do julgamento, o vereador Jon, e deu chutes e socos, sem acertar alvo. Um vídeo gravado por testemunhas mostra o momento da confusão.>
No vídeo, o vereador Wil é o que está de camisa branca e o de paletó preto é o parlamentar Jon. Policiais militares presentes na sessão tentaram acalmar os ânimos, sem sucesso.“Wil me empurrou e tentou pisar em mim, mas não conseguiu”, disse o vereador Jon.Segundo Jon, o colega de Casa, Miltão, de tentar fugir com o processo original, durante a confusão, mas foi contido. A sessão foi suspensa e será retomada nesta tarde para dar seguimento ao julgamento.>
Apesar do tumulto, não foi solicitado reforço policial, segundo informou o vereador Jon. “Pela manhã tinha uns 30 policiais miliares e mais dez guardas municipais, deve ficar esse tanto de novo”, disse, enquanto almoçava com o advogado Vagner Rocha.>
O advogado disse que entrou com a ação contra os parlamentares envolvidos na Operação Último Tango por ser um direito dele como cidadão correntinense.“Os fatos apontados na operação são graves, e pedi que fossem tomadas as providências”, disse.Além de pedir a cassação dos mandatos dos seis parlamentares envolvidos no suposto esquema criminoso, o advogado pede que eles fiquem inelegíveis por oito anos. “Esse é um processo administrativo, ainda tem o criminal que está tramitando”, comentou.>
Presos Segundo testemunhas, a confusão envolveu os vereadores Jon Félix Pereira Barbosa (PSDB), Adenilson Pereira de Souza (PTN), o Wil; Milton Rodrigues Souza (PCdoB), o Miltão, e Jean Carlos Pereira dos Santos (PP), o Jean da Guarda. Wil, Jean da Guarda e Miltão estão entre os denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), na Operação Último Tango.>
Além dos três parlamentares, foram presos na operação os vereadores Wesley Campos Aguiar (PV), o Maradona, à época presidente da Casa; Nelson da Conceição Santos (PRB), o Nelson Carinha; e Juvenil Araújo de Souza (PCdoB), o Babado Pimenta. >
Eles são acusados de formar uma organização criminosa que, segundo o MP-BA, fraudou licitações, contratos e desviou verbas públicas em Correntina. Maradona, apontado como líder do suposto esquema, ficou 21 dias preso.>
Além dos vereadores, a operação envolveu ainda dois servidores públicos. Todos já foram denunciados à Justiça Criminal e respondem a um processo que ainda não tem data prevista para ser julgado.>
O CORREIO não conseguiu contato com os demais vereadores envolvidos na confusão na Câmara e na Operação Último Tango.>
Em maio deste ano, numa sessão da Câmara de Vereadores, eles tinham arquivado outra denúncia semelhante, que está em julgamento. Todos os vereadores envolvidos participaram da sessão que arquivou a denúncia - ou seja, julgaram em causa própria. Por causa disso, a Justiça determinou a anulação do ato de arquivamento.>
Posteriormente, o advogado Vagner Rocha Souza entrou com outra denúncia, acrescentando 12 ementas com novas informações. Os vereadores foram intimados a responder, para fazer o contraditório, mas apenas o vereador Nelson da Conceição fez a defesa. O processo na Câmara tramita à revelia com relação aos demais.>