Justiça decreta prisão de professor do Anchieta suspeito de estuprar aluna

O mandado de prisão preventiva foi expedido no dia 1º de setembro e Raul Rodrigues ainda está sendo procurado

Publicado em 9 de setembro de 2016 às 17:24

- Atualizado há um ano

A Justiça baiana decretou, no último dia 1º de setembro, a prisão preventiva do professor Raul Rodrigues Guimarães Neto, 29 anos, suspeito do crime de estupro de vulnerável contra uma adolescente de 13 anos. Legalmente, relações sexuais com menores de 14 são consideradas estupro de vulnerável, já que, com esta idade, não há consentimento. Raul, que dava aulas de Geografia até o início de junho deste ano no Colégio Anchieta, na Pituba, em Salvador, era professor da garota, aluna do 8º ano.

Segundo informações do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), o pedido de prisão preventiva foi feito pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Derca) e recebeu parecer favorável do MP-BA. Raul, no entanto, ainda está sendo procurado pela polícia.

O mandado, expedido pela 2ª Vara de Feitos Relativos aos Crimes Praticados contra Criança e Adolescente, tem validade até o dia 18 de agosto de 2036 – 20 anos – e ainda aguarda cumprimento. O CORREIO apurou que existe a suspeita de que ele tenha fugido para o exterior – ele é casado há pelo menos dois anos com uma jornalista romena. (Foto: Reprodução/Sinesp Cidadão)Quando Raul foi denunciado pela família da garota à polícia, em junho passado, os dois já mantinham encontros íntimos há oito meses num apartamento alugado no Edifício Pituba Mar Residence, no Condomínio Pituba Ville, que fica ao lado do Colégio. Ele teria alugado o apartamento no condomínio para facilitar os encontros e não chamar a atenção dos pais da adolescente.

No entanto, quando o caso veio à tona na escola, no dia 2 de junho, Raul deixou o apartamento. No dia 6, ele pediu demissão da escola. No final de julho, quando o CORREIO conversou com o diretor da escola, João Batista de Souza, ele contou que Raul pediu demissão antes do recesso de São João e não contou o motivo do pedido. Segundo o diretor, somente depois o caso foi descoberto.InquéritoO inquérito policial da Derca foi concluído no final do mês de julho e encaminhado ao Ministério Público Estadual. No entanto, a promotoria ainda não definiu se vai denunciar o professor por um ou mais crimes relacionados à Dignidade Sexual – considerados crimes hediondos.

O caso segue em segredo de justiça e os depoimentos estão sob sigilo. No entanto, o CORREIO apurou que ambos confirmaram o relacionamento à polícia. Assim que a situação foi descoberta, a garota foi transferida da escola.

Desde que a denúncia foi feita, os pais da garota deixaram o trabalho para buscar por justiça e apoio psicológico para a filha. Alunos e familiares de estudantes do Anchieta contaram ao CORREIO que o caso foi à tona na escola quando a menina gritou no pátio que era apaixonada pelo professor.