Justiça decreta prisão preventiva de envolvidos em morte de barbeiro no Imbuí

Lucas Souza de Araújo foi assassinado a tiros após uma discussão num bar

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  • Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 18:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira, do 1º Juízo da 2º Vara do Tribunal do Júri, decidiu nesta terça-feira (23) por transformar as prisões temporárias de José Geraldo Lucas Júnior e Jeã Silva dos Santos em prisões preventivas. A dupla foi indiciada por participarem do assassinato do barbeiro Lucas Souza de Araújo após uma discussão em um bar no bairro do Imbuí, no fim de janeiro.

"A medida de exceção atende aos requisitos legais e indispensáveis, previstos em lei, vislumbrando-se necessária e imperiosa a custódia prévia frente ao comportamento dos Réus, que não se importaram em praticar o crime em plena via pública, à vista de todos e até filmado", afirmou o juiz.

"Impõe-se sua segregação cautelar como meio indispensável à garantia de ordem pública, porquanto o "modus operandi" revela lastimável periculosidade dos agentes, devendo resguardar-se o meio social", diz a decisão.

Enquanto José Geraldo foi denunciado por homicídio, Jeã foi denunciado por tentativa de homicídio. Na denúncia do Ministério Público, oferecida na segunda-feira (22), a promotora de Justiça Ana Rita Cerqueira Nascimento aponta que o crime foi cometido por motivo torpe e sem possibilitar a defesa da vítima, pois os denunciados teriam agido por vingança motivada por desentendimento ocorrido minutos antes e agiram em posse de armas, enquanto a vítima estava desarmada. Foto: Arisson Marinho/CORREIO Defesa e família revelam alívio Em contato ao CORREIO, o advogado Marcus Rodrigues, representante da família da vítima, revelou o alívio tanto das pessoas próximas à Lucas quanto da própria defesa, que aguarda o prosseguimento — sem sustos ou surpresas negativas — do pleno processo legal. 

"A prisão temporária tinha prazo, que acabaria agora no dia 26. A preventiva não tem prazo, apesar de ser reanalisada a cada 90 dias. Essa notícia aliviou enormemente a família, que vislumbra a justiça sendo feita. Eles estavam com medo da liberdade dos denunciados. Agora, caberá a nós advogados levar provas, perícias, solicitar materiais para fortalecer a denúncia", disse Marcus. Foto: Arisson Marinho/CORREIO Relembre o caso O crime aconteceu em um quiosque, na Praça do Canal, no Imbuí, onde Lucas estava com a esposa, o irmão e a cunhada. Segundo testemunhas, quando as mulheres levantaram para ir ao banheiro, um dos suspeitos teria 'mexido' com a esposa do barbeiro. Lucas então se aproximou para tirar satisfação, mas os dois brigaram. O homicídio aconteceu quando a família já estava indo embora e foi registrado pelas câmeras de segurança do local. 

Nas cenas, é possível ver José Geraldo à esquerda, de blusa branca, conversando com um rapaz de regata preta. Lucas, de blusa vermelha, está no ponto direito da cena com outras pessoas. Até que o advogado sai andando na direção do grupo, aparentemente tentando dar um soco em alguém. Depois, José Geraldo dá passos para trás e saca a arma, enquanto Lucas e o irmão, Lauro, vão na direção dele. Alguém arremessa uma cadeira. O advogado atira e Lucas cai. Os clientes correm. José Geraldo ainda pega algo no chão e também sai do local. Marisa, esposa de Lucas, volta para socorrê-lo.

Lucas foi baleado na cabeça e no peito e morreu no local. O advogado José Geraldo, autor dos três disparos que atingiram a vítima, e o cúmplice, identificado apenas como Jean, se entregaram à polícia quatro dias depois e apresentaram a pistola 9 milímetros que teria sido usada para matar o barbeiro. 

Os dois tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça. O prazo da prisão é de 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais um mês. O delegado José Bezerra, responsável pela investigação, informou na época da prisão que Geraldo teria sido o autor dos disparos e Jean, cúmplice do ato criminoso.

*Com a orientação sa subchefe de reportagem Monique Lobo.