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Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2018 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
O advogado de Marinúbia Gomes - mãe dos irmãos Emanuel e Emanuele, que morreram em um acidente de trânsito em 2013 -, Daniel Keller e os promotores David Gallo e Luciano Assis terão 10 dias para se manifestar ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) sobre o recurso apresentado pela defesa da médica Katia Vargas Leal Pereira, 50 anos, acusada de ser autora do crime.>
Katia Vargas foi inocentada por um júri popular em dezembro de 2017. Em agosto deste ano, no entanto, a decisão do júri foi anulada por desembargadores do TJ-BA por 2 votos a 1. O voto vencido foi do desembargador Mário Alberto Simões Hirs. Outros dois integrantes da Segunda Turma da Câmara Criminal do TJ-BA, José Alfredo Cerqueira da Silva (relator) e João Bôsco de Oliveira Seixas (revisor), optaram para conceder a anulação do júri e realização de um novo julgamento de Katia Vargas.>
Após o julgamento, os advogados de defesa da médica apresentaram ao TJ-BA um recurso da decisão que anulou o júri popular. No recurso, eles pedem que a tese do desembargador Mário Alberto Simões Hirs prevaleça. >
Agora, o advogado de acusação e os promotores terão 10 dias para apresentar contrarrazões ao recurso apresentado pela defesa de Katia. Dessa vez, o caso será analisado pela Seção Criminal do TJ-BA, formada por 20 desembargadores. Ainda não há data de julgamento marcada.>
Relembre o caso Os irmãos Emanuel, 21 anos, e Emanuelle, 23, morreram na manhã de 11 de outubro de 2013, depois que a moto em que eles estavam bateu em um poste em frente ao Ondina Apart Hotel. Na época, testemunhas disseram que Katia Vargas saiu com o carro da Rua Morro do Escravo Miguel, no mesmo bairro, e fechou a passagem da moto pilotada por Emanuel, que levava a irmã na garupa, no sentido Rio Vermelho.>
Após uma parada no sinal, Emanuel teria protestado contra a atitude da médica, batendo com o capacete contra o capô do carro. Foi quando o sinal abriu para a moto, mas não para o carro da médica, que faria um retorno no sentido Jardim Apipema.>
A médica, então, segundo as investigações, furou o sinal vermelho e acelerou o veículo em direção à motocicleta. Foi quando Emanuel perdeu o controle da direção e se chocou contra o poste, em alta velocidade. Ele e a irmã morreram na hora. Após o impacto, a médica chegou a entrar na contramão e bateu, alguns metros à frente, no portão do Ondina Apart Hotel.>
Ela ficou internada no Hospital Aliança e saiu de lá direto para o Presídio Feminino de Salvador, na Mata Escura, onde ficou presa por 58 dias, até ter o alvará de soltura assinado pelo juiz Moacyr Pitta Lima, no dia 16 de dezembro de 2013.>
O julgamento A expectativa em torno do julgamento de Katia Vargas durou mais de quatro anos. Ela foi para o banco dos réus, durante dois dias em dezembro do ano passado, e acabou inocentada por quatro de sete jurados, que a consideraram inocente da acusação de ter provocado a morte dos irmãos. A sentença causou revolta na família das vítimas.>
No fim do julgamento em que Katia foi inocentada, os advogados de defesa dela sustentaram que não havia provas suficientes para condená-la, especialmente pelo fato de não ter um vídeo que mostra o momento em que o carro da médica colide com a moto. “Cadê o vídeo que mostra o impacto? Cadê o vídeo que mostra que Katia perseguiu a moto?”, questionou um dos advogados de defesa.>
Apenas um vídeo mostra o carro e a motocicleta passando pela frente do hotel Bahia Othon Palace, mas, no entanto, não chega a mostra o contato entre os veículos. O veículo da médica também perdeu o controle e atingiu a grade do apart hotel, alguns metros adiante do poste onde a moto dos irmãos parou.>
Os promotores do MP-BA entraram com pedido de anulação do julgamento um dia após a absolvição. Desde o resultado do julgamento, eles já haviam divulgado que iriam entrar com recurso no TJ-BA.>
Por 2 votos a 1, desembargadores da Segunda Turma da Câmara do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) anularam o júri da médica Katia Vargas Leal Pereira, 50 anos em agosto deste ano.>
Dias depois do julgamento, a defesa de Katia ingressou com recurso no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).>